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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SITE DAS RPPNs


Excelente notícia:

Lançado novo site temático de RPPNs com publicações, notícias, imagens, vídeos, planos de manejo e muito mais sobre as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Tudo com a chancela do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio e dos Órgãos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, o OEMA.

A página é atualizada diariamente sobre os cuidados de José Luciano de Souza, e promete ser uma ferramente das mais importantes para consultas e divulgação das RPPNs Brasil afora.
Ele lista alguns benefícios com a criação da RPPN:

* Direito de propriedade preservado;
* Isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) referente à área criada como RPPN;
* Prioridade na análise dos projetos, pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA;
* Preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola, junto às instituições oficiais de crédito, para projetos a serem implementados em propriedades que contiverem RPPN em seus perímetros;
* Possibilidades de cooperação com entidades privadas e públicas na proteção, gestão e manejo da unidade.


sábado, 23 de janeiro de 2010

ATÉ ONDE CRESCER?

Aonde vai nos levar a obsessão dos governantes pelo crescimento econômico, apesar da capacidade limitada de suporte da biosfera? Esta é a pergunta lançada pelo biólogo Jean-Remy Guimarães em sua coluna de janeiro.

Por: Jean Remy Davée Guimarães


Plantação de café no interior de Minas Gerais. O advento da agricultura foi um passo fundamental para a fixação dos caçadores e coletores e para a produção de excedentes de alimentos (foto: Fernando Rebêlo).

Somos animais. Isto quer dizer que não fabricamos nosso próprio alimento como os vegetais, a partir de luz, gás carbônico e minerais: alimentamo-nos de vegetais ou de animais menos espertos que nós. Hoje, vamos simplesmente ao supermercado, mas nos primórdios de nossa evolução éramos coletores e caçadores. Vários grupos humanos ditos primitivos – e cada vez menos numerosos – continuam sendo coletores e caçadores. Nesses grupos, cada um fabrica seus próprios instrumentos de caça, suas vestimentas e outros utensílios, e não há propriedade privada.

Porém, embora pareçam muito diferentes, executivos pendurados em seus celulares de último tipo e aborígenes australianos têm basicamente a mesma fisiologia, são membros da mesma espécie e, por isso mesmo, caso cruzem, produzirão uma descendência fértil. Mas então por que foram os ancestrais dos atuais executivos que invadiram as terras dos coletores-caçadores e não o contrário?

Por que os ancestrais dos executivos invadiram as terras dos coletores-caçadores e não o contrário?

Uma das principais razões foi a agricultura, inventada há cerca de 10 mil anos no chamado “crescente fértil”, uma área da Eurásia que hoje corresponde ao Oriente Médio, Turquia e outros países, e que já não parece tão fértil. Afinal, praticar agricultura implica em desmatamento e sedentarização. Isso permite produzir mais alimento que o mínimo necessário para a subsistência, especialmente se a agricultura for associada à criação de animais, devidamente domesticados.

A trilogia humanos–espécies cultivadas–animais domésticos é bastante eficiente, produz excedentes que podem ser trocados com grupos humanos vizinhos, permite maior crescimento populacional, e também sustentar categorias e funções não-alimentares, como os artesãos, os soldados, os sacerdotes, os burocratas.

Uma história conhecida

O problema é a sustentabilidade do método: a agricultura esgota a fertilidade do solo, grupos humanos de alta densidade são mais suscetíveis a epidemias, e sistemas políticos centralizados são reféns da saúde mental de seus líderes. Se os campos de minha aldeia estão ressecados ou infestados, olharei com inveja os da aldeia vizinha e tentarei tomá-los, a força se necessário. Meu sacerdote ajudará, decretando que os vizinhos são bárbaros, infiéis, ou algo parecido.

Essa sequência evolutiva é bem conhecida e documentada para as populações europeias, mas ocorreu de forma independente em diferentes continentes, seguindo basicamente as mesmas etapas. Mas como assim, se os povos que a viveram eram tão diferentes? Bem, eram todos humanos, isto é, animais, mas que inventaram coisas que nenhuma outra espécie inventou: a escrita, a religião, a cultura, o dinheiro, o arado, a pólvora, a metalurgia, a medicina, não necessariamente nesta ordem.

Nenhuma outra espécie utiliza tantos recursos naturais para funções não alimentares e não reprodutivas

Nenhuma outra espécie utiliza tantos recursos naturais para funções não alimentares e não reprodutivas, a chamada exergia, como a lenha o petróleo ou a eletricidade que usamos para nos aquecer, refrescar, transportar ou simplesmente distrair. Essas invenções nos tornaram menos vulneráveis à seleção natural, mais poderosos e arrogantes, e a atual crise ambiental mostra de forma eloquente os limites de nossas capacidades.

Criamos deuses e mitos fundadores que nos colocam em posição de destaque em relação a todas as demais espécies, justificando a posteriori a exploração à qual as submetemos. Se necessário para a agenda expansionista, negamos inclusive a própria humanidade dos vizinhos cujas terras e bens cobiçamos, como fizeram os conquistadores europeus.


O colunista recomenda a leitura de 'Armas, germes e aço', livro escrito em 1997 pelo biogeógrafo norte-americano Jared Diamond.

Se você quer entender por que coexistem até hoje grupos humanos com estratégias de sobrevivência tão diferentes quanto os esquimós e os nerds e desmistificar a suposta superioridade dos últimos em relação aos primeiros, recomendo a leitura de Armas, germes e aço, de Jared Diamond: pode provocar um baque na sua autoestima de suposto civilizado, mas será um exercício saudável e instrutivo tentar refutar as teses que o autor defende.

Crescer, crescer, crescer...

O fato é que ao longo da historia desenvolvemos estratégias que nos permitem escapar de praticamente todos os mecanismos de regulação que controlam a densidade das demais espécies. Uma capivara não pode importar pasto de outro continente, nem uma onça obter carne produzida a 10 mil quilômetros de seu território. Mas nós podemos: afinal, crescemos, crescemos, a ponto de o crescimento ter se tornado uma obsessão.

O país A está em melhor situação que o país B porque teve maior crescimento econômico. O candidato A pede seu voto, prometendo promover mais crescimento que o candidato B. Não há nada parecido no mundo natural, onde os biomas evoluem até alcançar o clímax, estado em que a biomassa é essencialmente constante. O crescimento nesse caso não é quantitativo: refere-se à complexidade, diversidade e eficiência.

Alguém se anima a propor o crescimento zero e a eficiência máxima como plataforma eleitoral? Parece que não. O mais perto que chegamos disso foi o conceito de desenvolvimento sustentável, que é simpático e tranquilizador, embora ninguém saiba ainda ao certo o que é.


Cena de 'O dia depois de amanhã', filme de 2004 de Roland Emmerich que retrata uma catástrofe climática fictícia que se abate sobre o planeta (reprodução).

Até onde cresceremos? Até esgotarmos a capacidade de suporte da biosfera? Ou sermos vítima do desregramento global do clima, por obra e graça própria? A nossa inventividade tecnológica nos salvará no ultimo minuto, como nos filmes? Há controvérsias, uma vez que nossa capacidade de destruição cresce muito mais rapidamente que a de remediação dos estragos causados. Se tudo der errado, escaparemos – uns poucos felizardos – para algum outro planeta onde quem sabe possamos recomeçar tudo outra vez.

Provavelmente não desapareceremos: vamos nos tornar menos numerosos e gulosos, e vai ser um processo um bocado doloroso: quanto maior o gigante, maior o tombo.

Jean Remy Davée Guimarães
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro


Fonte: Ciência Hoje

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ANTICONSUMO

Casal anticonsumista vive sem geladeira e TV em SP

MAURÍCIO KANNO
colaboração para a Folha Online

Você acha que seria possível viver sem geladeira? E sem televisão? O casal Juliana Morari, 26, e Lúcio Tamino, 27, vive assim. E muito bem, pelo que dizem. Há dois anos, mudaram-se de uma região mais urbana da metrópole de São Paulo para a serra da Cantareira, nos limites do município, onde consomem "somente o necessário".

"Já que procuro sempre comer frutas e legumes frescos e não consumo nada derivado de animais, que estraga fora da geladeira, não preciso dela", explica Juliana, que se identifica como pesquisadora de dança. Ela planeja no máximo experimentar um sistema africano de refrigeração com vasos de cerâmica.

Divulgação

Artista plástico Lúcio Tamino, 27, em sua casa na serra da Cantareira, onde vive "somente com o necessário" com a esposa

Sobre a falta de TV, diz : "Assim, evitamos o apelo comercial que chega tanto pela TV como por lanchonetes e outras grandes lojas"

Eles são um exemplo de até onde podem chegar cidadãos preocupados com o ambiente - e, no caso deles, também com a saúde, os animais, e o "todo à sua volta".

Relatório publicado pelo Worldwatch Institute na semana passada apoia atitudes como a deles. A organização, baseada em Washington, tira o foco no governo e em acordos internacionais. Avisa que o desenvolvimento sustentável do planeta e a luta contra o aquecimento global passam por uma renúncia ao consumismo.

Juliana diz que não compra produtos "supérfluos", ainda mais quando são industrializados, como biscoitos recheados e iogurte.

Divulgação

Pintura do artista plástico Lúcio Tamino, 27, que mostra a sua casa na serra da Cantareira, para onde se mudou há dois anos

"Possuem corantes, conservantes e outros ingredientes que podem fazer mal", diz. Quando o casal precisa mesmo de algo industrializado, como óleo, opta por cooperativas. "Priorizo produzir eu mesma biscoitos e pães caseiros para nosso consumo."

O sustento financeiro do casal vem de Lúcio, artista plástico. Mas, como evitam o consumismo, não necessitam de muito dinheiro, diz Juliana.

O único eletrônico que declaram possuir em casa é um computador, por onde atualizam site contando sua experiência.

Absorvente reaproveitável

Há outros que não têm um estilo de vida como o de Juliana e Lúcio, mas, ainda assim, buscam renunciar ao consumismo. A Folha Online ouviu casos curiosos de renúncia às compras tidas como excessivas. Algumas medidas, como a da professora Tânia Regina Vizachri, 23, chamam a atenção.

Em vez de utilizar absorventes íntimos descartáveis, ela adotou os chamados abiosorventes. São de pano reutilizáveis.

"Isso evita ter que ir sempre comprar na farmácia e produzir mais lixo", explica ela. "Além disso, há os produtos químicos do produto industrializado que também causam impactos."

Divulgação

"Abiosorvente", absorvente íntimo feminino reutilizável com impacto ambiental reduzido

O site do produto estima: "cada uma de nós irá consumir, ao longo da vida fértil, algo em torno de 10 mil absorventes descartáveis, que ficarão aí pelo mundo por volta de uns cem anos pelo menos".

E quando seu celular quebra, você pensa em consertar ou compra outro? Como muitos desses aparelhos são baratos, o biólogo Leandro Sauer Carrillo, 26, aponta que a tendência é mesmo comprar outro. "As pessoas não se preocupam com o que vai virar depois o produto", diz.

"O visor do meu celular quebrou há cerca de dois anos, depois de um ano de uso", conta ele. "Ao invés de jogar fora, consertei, por 10% do valor do aparelho." Outra aventura do aparelho foi molhar --problema que ele diz ter resolvido ao secá-lo.

Hoje Leandro não está mais com o celular, mas o deu em boas condições de funcionamento para sua mãe, atual usuária.

Arquivo pessoal

O biólogo Leandro Carrillo, 26, sugere pensar por uma semana antes de fazer uma compra

Uma semana para pensar

Outra preocupação do biólogo é na hora de fazer qualquer compra: "Antes pense no seu custo-benefício por uma semana", sugere ele. "Se, no fim do período, ainda quiser comprar, OK. Senão, provavelmente era algo que você acabaria não usando."

Ele exemplifica com a última coisa em que pensou em comprar: uma máquina de fazer suco que viu em propaganda na televisão.

"Parecia legal, mas depois, ao ver funcionar, percebi que desperdiçava partes da fruta que também poderiam ser aproveitadas, gerava muito resíduo", conta Leandro, que desistiu da compra.

Outro objeto de consumo que o biólogo cobiça há cerca de quatro anos é uma TV LCD. Mas recusou até hoje a compra pela decisão consciente de esperar: "A tecnologia avança muito rápido, logo vai ter outra opção mais avançada", pondera.

"Além disso, quanto tempo vou ter para isso? Se eu tiver uma TV pior provavelmente vou ter até menos vontade de assistir e vou poder fazer outras coisas mais saudáveis."

Veja mais:

Consumismo é incompatível com preservação do planeta, diz ONG

Para especialista, nova classe C ignora sustentabilidade; leia entrevista

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SANTOS E WWF

Bela iniciativa! 

Sem patrocínio, Santos confirma que vai exibir logomarca de ONG ambiental

Fernando Prandi
Em Santos


Santos exibir a marca da WWF Brasil enquanto não fechar com um novo patrocinador

Conforme o UOL Esporte adiantou na semana passada, o Santos vai estampar na sua camisa a logomarca da ONG WWF Brasil, uma organização internacional e não-governamental de preservação ambiental. A estreia do uniforme será neste domingo, no jogo contra o Rio Branco, no Pacaembu, na primeira rodada do Campeonato Paulista.

O Santos não vai receber nada para estampar a logomarca, pois trata-se de um marketing diferenciado, que serve para ajudar organizações desse tipo. Assim que o Santos fechar com um patrocinador, a logomarca da WWF deixará a camisa santista.

O acordo foi intermediado por Álvaro de Souza, que é assessor especial do novo presidente santista e também conselheiro da ONG. Antes de fechar com o Santos, a ONG teria procurado outros clubes, como Corinthians, mas não teve sucesso.

“É a primeira vez que a gente faz uma parceria mais consistente com um clube. Já ouve outros contatos, mas não houve acerto. É importante, pois causa uma mobilização maior e comunicação direta para questões ambientais como água doce, mudanças climáticas e aquecimento global”, afirmou João Gonçalves, coordenador de assuntos especiais da Ong.

Atrás de um patrocinador mais forte que o do ano passado, o Santos ainda não acertou contrato com nenhuma empresa. O presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro chegou a dizer durante sua campanha que, se fosse necessário, jogaria algumas partidas sem patrocinador até que achasse alguma empresa interessada em pagar o desejado pelo clube.

Fonte: UOL Esporte

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ANÚNCIOS CRIATIVOS SOBRE MEIO AMBIENTE


Essa campanha foi feita para a World Wildlife Fund. À medida que o papel acaba, o verde da América do Sul também vai embora, simbolizando o impacto ambiental que o uso de simples toalhas de papel é capaz de provocar, além de alertar para outros desperdícios que podem levar às mesmas consequências.



Esse anúncio utiliza o movimento da sombra no cartaz para demonstrar como o aquecimento global levará ao aumento do nível dos oceanos.



"Veja quanto monóxido de carbono você deixará de emitir se não dirigir por um dia". Essa é a mensagem que aparece na gigantesca nuvem preta presa ao cano de escape de um carro depois de passar o dia sendo inflada pela fumaça expelida pelo automóvel.



Nesse anúncio, as árvores foram posicionadas para parecer pulmões. A área desmatada é um alerta, e a frase no canto diz: "Antes que seja tarde demais".



Diesel, a fabricante italiana de roupas, colocou, no fim de janeiro, propagandas em jornais, revistas e outdoors que traziam modelos posando com roupas da marca em um mundo afetado pelo aquecimento global. Nas fotos acima, você vê o Cristo Redentor coberto de água até os pés e Nova York praticamente submersa.



SAFE é uma instituição de proteção aos animais que faz várias campanhas para expor e questionar a utilização desnecessária deles em experimentos e explorações comerciais. O anúncio acima tem como alvo o uso dos bichos como cachecóis, botas e outros produtos de couro e assim por diante.



"Use a eletricidade com sabedoria". Esse anúncio é da companhia de energia Eskom, da África do Sul.



Uma associação de proteção ao meio ambiente e sua agência de publicidade tiveram a idéia de colocar outdoors logo acima de buracos de esgotos para dar a idéia de que água suja é como cocô. Eles queriam despertar o cuidado das pessoas para com o ambiente por meio de fortes impactos visuais e até aversão física.


"A moda faz mais vítimas do que você pensa". Da Agência O&M, da Índia