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terça-feira, 31 de julho de 2007

Conhecendo as Lontras


Existem 13 espécies de lontras distribuídas em quase todos os continentes, exceto Austrália e Antártica. No Brasil ocorrem duas espécies: a que é conhecida como lontra (Lontra longicaudis) e a que é conhecida como ariranha (Pteronura brasiliensis).
Ainda há presença da lontra (Lontra longicaudis) em Santa Catarina, devido a ser um animal extremamente silencioso e não andar em grupos, ao contrário dos hábitos da ariranha.
A lontra é um majestoso animal que embeleza a paisagem ribeirinha, tendo infelizmente seu ecossistema cada vez mais reduzido pelo desmatamento, poluição dos rios e a conseqüente supressão do seu habitat.
Freqüenta rios, riachos, lagos e lagoas, de preferência onde existe vegetação marginal. Pode ser encontrada em estuários, manguezais e ambiente marinho. Passa boa parte do tempo dentro d'água. Vem para áreas secas para comer, dormir e reproduzir.
Mede de 89cm a 1,30m e pesa de 5 a 14kg. O macho é maior que a fêmea, sendo seu corpo alongado e as pernas curtas. Tem coloração geral marrom-pardacenta, quase preta e bastante brilhante quando molhada. O lado ventral, como também o focinho e a bochecha apresentam-se amarelados. São duas camadas de pêlos: a interna que é densa e macia e a externa formada por pêlos longos e ásperos. Possui também a presença de membranas interdigitais nas patas, caudas longas revestidas de pêlos e um pouco achatadas nas extremidades, facilitando a natação. O focinho não possui pêlos na ponta e tem grandes vibrissas (pêlos que crescem nas fossas nasais) que auxiliam na localização da presa embaixo d'água.
Uma importante variedade de espécies constitui sua alimentação: peixes, anfíbios, raízes de árvores, caranguejos e aves aquáticas. Além disso, regulam a população dos peixes, sendo essencial ao equilíbrio do ecossistema. Existem estudos que apontam que as lontras são animais oportunistas, ou seja, se alimentam principalmente daqueles indivíduos mais fáceis de serem capturados, alimentando-se dos animais mais fracos e doentes, impedindo que a enfermidade se espalhe para os demais.




Seus sentidos são muito aguçados, sendo que vêem e ouvem muito bem. Têm dentes muito fortes e afiados que servem para apanhar e cortar a carne de peixes e outros animais de que se alimenta.
Está apta para acasalar com 2 ou 3 anos de vida. Na época de reprodução, o casal passa a cavar uma toca nas barrancas dos cursos d'água. Os filhotes que nascem de 1 a 5, depois de um período de gestação de 60 a 65 dias; por um certo tempo são amamentados pela mãe, que passa a trazer mais tarde pequenos peixes até que consigam se alimentar por conta própria. Durante a reprodução o casal passa a fazer brincadeiras copulatórias, emitindo gritos característicos. Os filhotes quando assustados, também produzem um som muito fino parecido com um "choro de criança". Os filhotes e juvenis podem apresentar coloração um pouco diferente dos adultos.
Possui hábitos noturnos, ocasionalmente é observada ao entardecer, sendo este aspecto, somado a sua característica silenciosa, uma das causas de sua sobrevivência. Há muitos conflitos com caçadores que a procuram por causa do seu pelame que tem valor comercial ou para simples troféu de caça. Sofre também perseguição de pescadores sendo acusada de rasgar as redes de pesca e também de invadir os açudes.
Por esses fatores a lontra encontra-se ameaçada de extinção, justamente pela degradação de seu ambiente natural.
Esta espécie é ainda pouco estudada sendo a Educação Ambiental um importante instrumento e uma prioridade para a convivência do ser humano com o futuro desta importante espécie.
Vê-las é um privilégio reservado a muito pouca gente, sendo que é preciso buscar um local do rio onde haja resquícios de sua presença (restos de alimentos, como peixes e caranguejos, excrementos, tocas) e acomodar-se por no mínimo 1 hora, em silêncio e de forma discreta. Com sorte poderá ser visto uma Lontra ou mais, como já observamos na RPPN Rio das Lontras casais brincando na água e mesmo em estradas próximas a rios. A lontra é um indicativo de excelente saúde de um rio.


Assista, é impossível não se encantar com o vídeo:
http://br.youtube.com/watch?v=Gzbj8miA6PY

Escute o som das Lontras: http://www.bigwood.pwp.blueyonder.co.uk/media/sounds/WAVS/animals/OTTER.WAV

Fontes:
*A vida nos rios Galegos;
*Mamíferos de Santa Catarina/Ana Cimardi;

*Projeto Ecolontras/Ecoaprendi.