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segunda-feira, 18 de julho de 2011

ALMA-DE-GATO

Hoje avistamos um grande e lindo pássaro. Corremos para pegar a câmera fotográfica e conseguimos fazer alguns registros, apesar dele brincar de esconde-esconde conosco, voando de árvore em árvore, pulando de galho em galho e se escondendo cada vez que nos aproximávamos.


Trata-se de uma espécie bem interessante: Seu canto se assemelha ao gemido de um gato, por isto é conhecida como Alma-de-gato (Piaya cayana). Voa rápida e silenciosamente entre os galhos da floresta à procura de insetos. Ainda, consegue imitar o canto de outras aves, especialmente o do bem-te-vi, que é de fato parecido com sua própria vocalização.


Seu nome em inglês é "squirrel cuckoo", literalmente traduzido como "cuco-esquilo" e expressa muito bem o comportamento desta ave, que lembra muito os esquilos pelo modo como pula entre as ramagens com sua longa cauda. Já seus dois nomes mais comuns em português: chincoã e alma-de-gato, referem-se respectivamente à sua vocalização e ao seu modo sorrateiro, até mesmo um tanto misterioso, pois apesar de seu tamanho consegue se deslocar sem ser facilmente notado.


Ocorre em matas ciliares, matas secundárias, capoeiras, parques e bairros arborizados até mesmo das maiores cidades brasileiras. Habita os estratos médio e superior dessas matas, deslocando-se através da copa das árvores e arbustos, quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares. Uma ave que gosta de planar,e para isso,apresenta duas caudas,uma interna e outra externa. Para voar abre a interna (que é a listrada) e a cauda parece aumentar.Isso ajuda a ave a planar com facilidade.


Alimenta-se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que captura ao examinar as folhas, inclusive em suas partes inferiores. É curioso notar que come até mesmo lagartas com espinhos aparentemente venenosos. Também consome frutinhas, ovos de outras aves, motivo pelo qual é muitas vezes afugentado por suiriris e outras espécies que estejam com ovos e filhotes. Também caçam lagartixas e pererecas.


Na primavera, início do período reprodutivo, canta incansavelmente durante todo o dia. O ninho é em forma de panela rasa, feito de galhos frouxamente entrelaçados. A fêmea bota cerca de 6 ovos, que possuem uma casca com aspecto peculiar devido à aparência mineral. Os pais se revezam tanto na incubação, que leva cerca de 14 dias, quanto na alimentação dos filhotes, que permanecem no ninho por cerca de uma semana e passam mais duas na dependência dos pais.


Seu hábitat são as matas ciliares, cerrados e área urbanas arborizadas. Fique de olho: Vale a pena avistar ess bela espécie!


Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira / Angelina - SC
Agradecimento: Guto - AvistarBrasil
Pesquisa: Wiki Aves


quarta-feira, 6 de julho de 2011

BICHO-PREGUIÇA EM SANTA CATARINA

Croqui com imagem do Google Earth mostra o local do avistamento inédito das Seriemas na região da Grande Florianópolis (clique na imagem para melhor visualização).

Invariavelmente toda visita à RPPN Rio das Lontras alguma (boa) surpresa acontece. Dia desses ao levarmos alguns visitantes avistamos dois enormes pássaros. Ao sairmos do carro eles voaram para um pouco mais longe, mas foi possível identificar a espécie: um lindo casal de seriemas.

Comentei que era a primeira vez que via esse animal no local. Poderia ter fotografado, mas achei que estavam meio distantes. Deixei para lá...

Me arrependo profundamente de ter perdido essa oportunidade. Ao chegar em casa fui consultar o livro "Aves em Santa Catarina", da nossa amiga ornitóloga Lenir Alda do Rosário e para meu espanto constantei que não há registros dessa espécie em toda a região.

Liguei para ela, confirmei a situação inusitada e fiquei chateado em saber que perdi a oportunidade de fazer um registro fotográfico inédito. Mas o canto delas ao entardecer ficou gravado na nossa memória.

Bicho-preguiça em Santa Catarina?

Agora, outra informação surpreendente nos chegou: Conversando por telefone com um amigo que possui uma grande área preservada vizinha à RPPN Rio das Lontras, ele me contou ter visto certa vez um bicho-preguiça. Deu detalhes do avistamento. Alertei-o que não seria possível tal fato, pois não é animal encontrado em Santa Catarina. Consultei dois dos maiores especialistas em mamíferos do estado e eles disseram que é comum as pessoas confundirem animais. Poderia meu vizinho ter visto um tamanduá-mirim ou mesmo uma irara e ter se equivocado?

Pouco provável. Ambientalista, boa formação, foi altamente convincente no relato. Mais uma vez recorri aos livros, dessa vez "Mamíferos de Santa Catarina", da amiga pesquisadora Ana Verônica Cimardi. Está lá, descrito na página 199 como parte da fauna catarinense. Liguei para ela, que me disse haver apenas citações bibliográficas. Segundo me relatou, nenhuma imagem, nenhum exemplar vivo ou morto.

Será possível haver um mamífero desse porte no alto das nossas árvores sem que ninguém tenha fotografado? Um animal lento, porém discreto o suficiente para passar quase despercebido? Mas por tanto tempo?

Só posso concluir que - se existem de fato - são muito poucos, raros mesmo! Mas uma coisa é certa: Se eles estão lá, nós vamos provar!

E justificar mais uma vez a importância e urgência de protegermos os remanescentes de Mata Atlântica em Santa Catarina.

Abaixo o relato que recebi por escrito do meu vizinho:

"A respeito de sua indagação, fui até olhar umas imagens para me certificar, das quais estou enviando 2 que coincidem com as posições que presenciei; ele foi avistado em meados de 1998 quando estava com um trator de esteira reformando um acesso dentro da propriedade para São Pedro de AlCântara, neste caminho tinha uma árvore caída sobre outras cruzando de um lado a outro e o bicho estava fazendo a travessia. Também fiquei surpreso com o que vi e como eu quem estava no território dele paralisei os serviços imediatamente no local. O bicho também nos avistou e não expressou reação alguma, simplesmente continuou sua travessia, o que levou quase 30 minutos para cruzar 5 metros, ele não só se deslocava lentamente como os movimentos (braços e pernas) eram escalonados (1° um depois outro) e muito lentos.
Pena que nesta época não se tinha câmeras digitais nem tão pouco celulares com câmeras, mas as imagens anexadas são idênticas as avistadas..."
 



NOVA ESPÉCIE HOMENAGEIA TOM JOBIM



Uma trepadeira, conhecida como Bico Branco, foi reconhecida oficialmente pela comunidade científica como uma nova espécie botânica. A planta foi encontrada numa reserva de Mata Atlântica no norte do Espírito Santo e homenageia em seu nome o maestro e ambientalista Tom Jobim.