O programa de Incentivo às RPPN da Mata Atlântica completa 5 anos. Matéria do G1 mostra a importância das RPPN e a necessária valorização delas como estratégia de preservação e para o futuro do bioma recordista de biodiversidade.
Rio é o 2º estado em incentivo às reservas particulares da Mata Atlântica
Programa pioneiro no país beneficia 55 áreas no estado.
Iniciativa colabora para a proteção de uma área de 19 mil hectares em todo o país.
Rodrigo Vianna
Do G1, no Rio
Poucos lugares na Terra abrigam tantas formas de vida como a Mata Atlântica brasileira. Foi pensando nisso, que a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica e a The Nature Conservancy criaram o Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Com 55 áreas inscritas, o Rio de Janeiro é o segundo estado em maior número de regiões apoiadas pelo projeto, logo atrás de Minas Gerais.
Reconhecida por um órgão ambiental, a iniciativa é voltada para proprietários que queiram proteger terras inseridas na Mata Atlântica. Segundo Érica Guimarães, coordenadora da Aliança, os municípios com o maior número de inscrições no estado do Rio de Janeiro são: Trajano de Moraes, na Região Serrana, Silva Jardim e Casimiro de Abreu, nas Baixadas Litorâneas.
“O desafio de conservar um bioma tão ameaçado como a Mata Atlântica é grande e não será alcançado sem a participação da sociedade civil, especialmente dos proprietários de terra. O programa oferece uma grande contribuição nesse sentido”, disse.
No Rio, o Corredor da Serra do Mar teve 118 RPPNs beneficiadas abrangendo 5,4 mil hectares. Em cinco anos de trabalho, o programa atendeu dez dos 17 estados da Mata Atlântica e 1,2 mil municípios por meio de sua atuação em quatro regiões estratégicas.
Interesse ecológico
De acordo com a coordenadora, a iniciativa mostra, por um lado, o fortalecimento das políticas de proteção da Mata Atlântica. Os projetos apoiados propiciam a geração de modelos de conservação em áreas privadas com atividades que vão da proteção e fiscalização das reservas à construção de centros de visitantes e laboratórios
“Além dos recursos financeiros, a área protegida ganha o status de Reserva Natural. Devido à riqueza biológica, a Mata Atlântica contribui com mais de 60% das 633 espécies presentes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção. É um grande trunfo”, declarou Érica.
Cinco anos de preservação
Desde 2003, 133 projetos foram beneficiados em todo o Brasil: 33 de apoio à gestão (que respondem por mais de 5 mil hectares) e criação de 200 RPPNs nos corredores da Serra do Mar, Central, Nordeste e Ecoregião das Araucárias, que juntos, segundo os coordenadores, aumentarão em cerca de 12 mil hectares a área protegida na Mata Atlântica.
“A maior parte dos remanescentes de Mata Atlântica está na mão de proprietários particulares, por isso o incentivo e a valorização às RPPNs, cujo movimento é crescente, representam uma estratégia tão essencial para o futuro deste Bioma”, completou Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica.