Extinção de espécies afeta a economia, dizem especialistas
Vive-se pior crise de perda da biodiversidade desde fim dos dinossauros.
Vários setores econômicos dependem de plantas e animais.
Da Reuters
A perda de espécies animais e vegetais são cada vez mais uma ameaça econômica, e o mundo precisa de novas metas para a preservação da natureza depois de fracassar no cumprimento de uma meta da ONU para a redução das extinções até 2010, disseram especialistas na sexta-feira.
A perda da biodiversidade "tem consequências cada vez mais perigosas para o bem estar humano, até mesmo para a sobrevivência das novas espécies", disse um sumário de uma conferência de 90 países realizada com apoio da ONU durante esta semana na Noruega.
Tigre é um dos animais que quase só existi em zoológicos. Na natureza existem apenas 3.500 indivíduos, dizem especialistas. (Foto: Tambako The Jaguar/Flickr)
A ONU diz que o mundo está enfrentando sua pior crise de extinções desde a desaparição dos dinossauros, há 65 milhões de anos. As causas estão relacionadas ao aumento da população humana - o que pode se refletir na emissão de gases do efeito estufa, na destruição de corais tropicais ou na derrubada da Amazônia.
"Muitos mais setores econômicos do que percebemos dependem da biodiversidade", disseram os presidentes da conferência em seu sumário.
Finn Kateraas, um dos copresidentes do evento, disse à Reuters que "existe uma oportunidade econômica" por trás disso, e que a proteção das espécies pode ajudar a salvaguardar o crescimento econômico de longo prazo.
As conclusões dos especialistas ajudarão a embasar as discussões numa conferência da ONU sobre a biodiversidade em outubro no Japão.
Em 2002, uma cúpula da ONU propôs uma "redução significativa do atual ritmo da perda de diversidade biológica" até 2010, o que a ONU diz não ter ocorrido.
"Uma ação urgente é necessária para tratar da perda da biodiversidade, especialmente para evitar pontos (...) após os quais os danos podem ser inevitáveis."
Johan Rockstrom, diretor do Centro da Resiliência de Estocolmo, disse que as atividades humanas elevaram o ritmo das extinções entre cem e mil vezes acima da taxa-base na história da Terra.