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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Santa Catarina em chamas


A impressionante imagem de satélite acima mostra a bela e histórica Grécia em chamas.

Moradores fogem a pé e deixam suas casas enquanto as chamas avançam por florestas e plantações. Nos últimos quatro dias dezenas de focos de incêndio espalham-se pelo país. Até o momento foram confirmadas pelo menos 63 mortes. A devastação é ampla e o fogo é disseminado por ventos fortes e quentes. Enquanto povoados inteiros, florestas e plantações são consumidos, novos focos surgem mais rápidos do que os bombeiros consigam controlar os já existentes. Há milhares de desabrigados e monumentos nacionais correm o perigo de desaparecerem.

Enquanto isso no Brasil:

O clima extremamente seco de inverno, muitas vezes associado à desatenção e até a má fé de freqüentadores, está provocando incêndios em reservas e parques de todo o Brasil.

Em Minas Gerais, o incêndio atingiu três parques nacionais: o da Serra do Cipó e o das Sempre Vivas e o Grande Sertão Veredas. Mais de oito mil hectares foram queimados.


Em São Paulo, no Pontal do Paranapanema, o fogo devastou parte de uma reserva florestal.


No Rio de Janeiro, o incêndio no Parque Nacional de Itatiaia já queimou mil hectares.

No Pará, partes da floresta nacional de Carajás e da Serra Leste foram destruídas.

Em Brasília, o fogo consumiu 20% do Parque Nacional em quatro dias. Mil homens trabalham no combate ao incêndio. Bombeiros que estavam de férias foram convocados. O calor, o vento forte e a baixa umidade do ar dificultam o combate ao incêndio. As chamas não páram de se espalhar e já ameaçam as casas de moradores da região. Eles tentam apagar as chamas como podem. “Eu vi a fumaça bem próxima. Não tem como fazer nada. Muito rápido e a favor do vento”, conta o caseiro Edvaldo Jesus. A vegetação seca funciona como combustível que alimenta as labaredas. A cortina de fogo transformou muitas árvores em esqueletos.
O Ibama enviou dois aviões para despejar água sobre a área atingida. “O ambiente, o ecossistema do cerrado, se recupera frente ao fogo de uma forma bastante rápida. Naturalmente levaria em torno de cinco anos em média para estar recuperado”, explica Júlio Gonchorosky, coordenador do Instituto Chico Mendes.

Enquanto isso em Santa Catarina:


Araucárias queimam!

Jussara Branquinho é casada com Alan, mãe do Lucas e moram em Itajaí. Professora de Educação Física dá aulas de patinação e possui uma equipe de apresentação. Uma grande incentivadora desse belo esporte no estado, é atualmente a Presidente da Federação Catarinense de Patinação Artística.

Nossa amizade começou desde que morávamos em Itajaí no final da década de 80. Jú, como é conhecida pelos amigos, foi viajar semana passada para o oeste de Santa Catarina.

O relato do que ela viu em plena região das Araucárias é bem preocupante. Ao longo das centenas de quilometros ela presenciou dezenas de queimadas nos campos e matas. Ela nos enviou algumas fotos e contou que não foi possível fotografar todas, pela enorme quantidade avistadas e por estar dirigindo. Mas testemunhou com grande preocupação uma prática destrutiva num dos mais ameaçados ecossistemas associados da combalida Mata Atlântica.


Até quando vamos ser conteporâneos de uma destruição sistemática, visível para quem tem olhos e invisível aos órgãos governamentais?


Onde está a fiscalização?


Até quando seremos complacentes com tanta destruição?
Fotos: Jussara Branquinho
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Matas de Araucária: Pinheiros do Paraná à Beira da Extinção
por João Paulo Capobianco

A história da araucária, ou pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia), pode ter um triste fim com a extinção da espécie em menos de um século de exploração predatória. Inseridas no domínio da Mata Atlântica e classificadas cientificamente como Floresta Ombrófila Mista, as florestas de araucárias ocorriam originalmente numa área contínua na região compreendida entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, com manchas em São Paulo e Minas Gerais. Atualmente estão reduzidas a aproximadamente 1,2% da área original.

Estudos revelam a existência de nove variedades de araucárias ocorrendo em diferentes associações com espécies vegetais de grande importância econômica, como a imbuia, a canela lageana, o pinheiro-bravo, a canela sassafrás e a erva-mate. Esta última também tem valor ambiental, pois é explorada no sub-bosque da floresta.
Atualmente, do pouco que restou das matas de araucárias, apenas 40.774 hectares encontram-se legalmente protegidos em 17 Uniddades de Conservação, perfazendo um total de 0,22% da área original.