Foram praticamente três semanas de chuvas contínuas. Até que no último dia de janeiro a coisa apertou e choveu mais intensamente em toda a Grande Florianópolis e litoral catarinense. O resultado foi catastrófico: deslizamentos, alagamentos, desabrigados, destruição.
Em Angelina ficamos sem energia elétrica por horas. Telefone idem. Barreiras caíram. As estradas ficaram interditadas para todos os lados e os moradores ficaram ao menos um dia inteiro ilhados. Não havia saída da cidade. A retransmissora da RBS TV (Globo) saiu do ar por queda de postes.
Saímos de casa apenas no dia seguinte e o que vimos foi muito triste: encostas inteiras desabaram, criando línguas de devastação em meio as matas. Uma obra absurda de terraplanagem - que tinha sido embargada pela Polícia Ambiental e ainda assim foi finalizada -acabou ocasionando no centro da cidade um deslizamento que condenou ao menos duas casas e criou desabrigados de uma hora para outra. Prejuízos por todos os lados.
Imagem do DC mostra perdas em Brusque. Mas notem a mata atrás e a encosta mexida: Mais que previsível! Foto: Gilmar de Souza.
O pior disso tudo é sabermos que tudo era evitável. Se a ganância e ignorância humana não construísse ao lado dos rios, não houvesse supressão da mata ciliar e obras estúpidas que removem morros, aterram córregos, desviam cursos d'água, criam erosões e assoreamento nos rios.
Assista abaixo matéria da RBS TV mostrando os estragos na capital catarinense as vésperas do carnaval. E lá vai o povo beber, pular e dançar como todos os anos.