Páginas

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

ONÇA PINTADA MATA CAPIVARA NO PANTANAL


Apesar das pessoas presentes não terem a mínima capacidade de ficarem em silêncio frente a um raro registro de uma onça pintada atacando sua presa, uma capivara, vale assistir a bela cena.

Fonte: You Tube

FOTOS MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

Na descrição do vencedor da competição, a foto reflete a relação entre a Mãe Terra e seus filhos. "Fiz a foto quando esta mulher voltava para casa após um longo dia no trabalho. Quando disse que queria tirar uma foto dela, ela apenas sorriu".

Concurso em Londres premia fotos sobre meio ambiente e sociedade

Um concurso promovido por uma organização em Londres premiou fotos que retratam o impacto das mudanças climáticas em sociedades de todo o mundo.

As mais de 1.400 imagens inscritas na competição "Fotógrafo Ambientalista" do ano, realizada pela Instituição para o Gerenciamento da Água e do Meio Ambiente, buscaram refletir questões como pobreza, mudanças climáticas, direitos humanos, cultura, biodiversidade e beleza natural.

A imagem vencedora, "Happy in her Own World", ("Feliz em seu mundo", em tradução livre), do indiano Abhijit Nandi, evocou a relação entre a Mãe Terra e seus filhos.

"Nosso planeta hoje é um lugar perigoso. Terrorismo, guerras, mudanças climáticas e uso irresponsável dos recursos naturais fazem da Terra um lugar impróprio para as próximas gerações," disse Nandi.

O fotógrafo contou ter feito a imagem em um vilarejo remoto no leste da Índia.

"A mulher na foto está voltando para casa após um longo dia de trabalho. Como mulher de um agricultor, ela tem de cuidar da casa, das crianças e ajudá-lo no campo", disse o fotógrafo.

"Ela nunca imaginou que uma mulher como ela fosse ser objeto de uma fotografia, então quando disse que queria fotografá-la, ela apenas virou e sorriu."

As fotografias vencedoras estarão em exibição no espaço Mil End Arts Pavillion, no leste de Londres, de 17 de setembro a 11 de outubro.


Dezembro em um pobre vilarejo no leste da Índia. Mulheres se agacham ao lado de uma fogueira para se aquecer do frio à medida que a noite cai. Esta é a única forma que têm para se aquecer porque são escassas as roupas de inverno.


Na China é alto o índice de poluição da água. Cerca de 75% das águas de lagos e rios estão sujas e estima-se que 700 milhões de pessoas bebam água imprópria para o consumo, o que vem provocando um número crescente de mortes.


O pavão é a ave nacional da Índia. Ele sai à caça de alimentos no amanhecer e pouco antes do anoitecer. As aves passam boa parte do dia abrigadas sob as sombras das árvores para fugir do calor. Alimentam-se de sementes, insetos e frutas.


As plantaçõe de arroz ocupam degraus construídos sobre as colinas. Em geral, precisam de grandes quantidades de água para irrigação. A cultura do arroz pode causar um impacto ambiental pela grande quantidade de gás metano que emite.


Mais de 1.400 imagens foram incritas no concurso promovido pela Instituição para Gerenciamento da Água e do Meio Ambiente. As fotos vencedoras estarão expostas no Mile End Arts Pavillion, no leste de Londres, do dia 17 de setembro a 11 de outubro.

Fonte: BBC Brasil


terça-feira, 26 de agosto de 2008

O BARATO QUE POLUI


Nesses tempos "made in China", de consumo desenfreado e produtos descartáveis, vale uma reflexão sobre a notícia abaixo:

Estudo britânico revela que roupas baratas prejudicam o meio ambiente

Da Ansa, em Londres

O fenômeno britânico da roupa barata, que é descartada depois de utilizada quatro ou cinco vezes, contribui para o desastre ambiental do planeta, informou o jornal inglês The Observer, que citou dados do Ministério Britânico para o Meio-Ambiente e a Agricultura (Defra) e um relatório da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Lordes.

Segundo o jornal, a cultura "cheap fashion", que tem se consolidado nos últimos anos no Reino Unido, é responsável pela emissão de mais de três milhões de toneladas de gás carbônico ao ano.

Além de levar a um aumento progressivo da poluição ambiental, a produção de roupas de baixa durabilidade incentiva a exploração de mão-de-obra, muitas vezes de menores de 18 anos.

O jornal estima que os britânicos descartem cerca de dois milhões de toneladas de roupa por ano, acrescentando que entre 2003 e 2007 os preços das peças básicas de vestuário caíram em média 10%.

Fonte: UOL Estilo


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Palestra Juca Kfouri

Tivemos o privilégio de um rápido encontro com o Juca nos bastidores. Ele conversou com a Fernandinha e até brincou durante a palestra, dizendo que já tinha ouvido falar (muito) dela.

Parecia que estávamos assistindo o Linha de Passe de toda segunda-feira na ESPN Brasil. Só que ali estava o jornalista Juca Kfouri sem seus parceiros José Trajano, João Palomino, Márcio Guedes, Fernando Calazans e Paulo Vinícios Coelho, o PVC.

Foi muito legal ouvir as histórias de quando ele era estudante universitário e como ele largou a sociologia para ser jornalista.

No final da palestra foi possível o público fazer perguntas. Aproveitei e indaguei sobre a relação entre eles, dos muitos temas polêmicos que causam discussões acaloradas. Lembrei de quando o Trajano fez greve no programa Cartão Verde, que passava na TV Cultura SP, e ficou o tempo todo em silêncio, ao vivo. Também citei o famoso caso onde o Amigão levantou-se e foi embora no meio do programa.
Juca contou que o Trajano é aquilo ali, na frente das câmeras ou longe delas, um cara autêntico, conhecido pelo humor variável e, acima de tudo, um cara muito legal!

Como parece ser o Juca. Como parece todos que participam do Linha de Passe. E, como o Juca, bem humorados, cada um a seu jeito, dando um tempero especial ao bate-papo semanal, que de certa forma nos faz sentir eles como nossos amigos que jogam conversa fora falando de futebol.
E isso, é papo sério!



Fernandinha ganhou mais uma dedicatória em sua agenda.


Juca estava com muita pressa para poder assistir a rodada do Brasileirão. Também tem acompanhado as Olimpíadas nas madrugadas. Logo depois da palestra ele já estava postando em seu blog. Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira


Veja a cobertura da ALESC e um resumo da palestra:

Um obsessivo pelo bem do esporte nacional

Paixão. Esse foi o ingrediente que fez da palestra de Juca Kfouri, ontem (20) à noite na Casa, um sucesso. Com o tema “Nosso futebol é a cara do Brasil”, o palestrante do 12º encontro do programa “O Brasil em Debate na Assembléia Legislativa”, falou não só sobre futebol, mas também sobre corrupção, impunidade e falta de uma política pública desportiva no país.
“Quando penso em futebol hoje, penso em duas caras: a do Kaká - bela cara - e a do Ricardo Teixeira (presidente da CBF) que dispensa apresentações”, ressalta Kfouri. Para o jornalista, que iniciou sua carreira em nome da paixão pelo futebol, é triste conviver com a falta de incentivo ao esporte e esportistas do país. “Precisamos de uma política esportiva, uma política de massificação. O Guga foi durante um ano inteiro o número um do tênis no mundo. O que se fez para aproveitar isso? Nada! Quantos ‘Guguinhas’ têm por aí? Nenhum!”, desabafa.
O ex-senador Geraldo Althoff certa vez chamou Juca Kfouri de obsessivo, pois o jornalista afirmava que nenhum dirigente se salvava no futebol brasileiro. Após ser nomeado relator da CPI do Futebol, o catarinense entrou de cabeça nas investigações dos bastidores do maior esporte do mundo no país e pediu ajuda a Kfouri. Em um almoço no restaurante do Senado, em Brasília, ele confessou sua angústia ao descobrir toda a corrupção que permeava, já em 1999, o futebol brasileiro. “Mas ninguém se salva?”, perguntou Althoff a Juca, que respondeu: “Bem-vindo ao mundo dos obsessivos”.



Na palestra “Nosso futebol é a cara do Brasil”, o 12º convidado do programa O Brasil em Debate na Assembléia Legislativa, o jornalista Juca Kfouri – apontado pela revista Época como uma das 100 personalidades mais influentes do país – fez um relato da grave situação em que se encontra não apenas o futebol, mas todo o esporte nacional. Falou das relações promíscuas de dirigentes e governantes e não escondeu sua decepção com o governo federal, em especial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Agora esses caras vão ver uma coisa! Um corintiano chegou lá! Um brasileiro com o fundo das calças poído por botequim e arquibancada”, comemorava Juca Kfouri, após o recém-empossado presidente Lula sancionar as duas únicas leis aprovadas por unanimidade, em acordo de lideranças, ainda no período em que Fernando Henrique Cardoso comandava o Brasil – o Estatuto do Torcedor e a Lei de Moralização do Esporte. Na ocasião, Lula garantiu que o torcedor não seria mais tratado como “gado” nos estádios brasileiros e que a corrupção no esporte seria combatida. Passados mais de cinco anos, Juca lamenta que os dirigentes brasileiros sejam mais bem-tratados no governo do PT do que nos anteriores. “O ‘Rei Ricardo I’ é um dos homens mais influentes do país, e nada é feito contra ele, apesar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ter 17 indiciamentos por corrupção na CPI do Futebol parados na Justiça desde 2001”, revela, referindo-se a Ricardo Teixeira, presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.



A frustração de Juca Kfouri com o presidente da República é reflexo da expectativa criada por Lula ao vencer a eleição de 2002. A poucos dias de tomar posse, o presidente eleito telefonou para o jornalista e o convidou para fazer parte de uma equipe que iria montar uma política esportiva para o país. Junto com outras personalidades do esporte, como Paula (ex-jogadora de basquete), Ana Moser (ex-atleta de vôlei) e Bebeto de Freitas (ex-técnico de vôlei, que atualmente preside o Botafogo de Futebol e Regatas), Juca ajudou a escrever um documento mostrando a necessidade do investimento em projetos de inclusão social através do esporte. “Havia apenas umas três linhas destinadas ao esporte de alto rendimento, onde estava escrito que o atleta de alto nível era responsabilidade da iniciativa privada”, lembra Kfouri. Hoje, a realidade é outra, com o país investindo R$ 4 bilhões para realizar os jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro – dez vezes mais que o previsto, e com R$ 85 milhões previstos para tentar trazer os Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro em 2016.
A importância do investimento no esporte como fator de inclusão social se justifica, segundo Juca Kfouri, pelo benefício à saúde. “Há estudos mostrando que, para cada dólar investido em esporte, três dólares são economizados em saúde. Enquanto isso, nosso Ministério da Saúde mais parece um Ministério da Doença, pois ele apenas corre atrás, não trabalha na prevenção”, explica.

Mas por que Ricardo Teixeira e Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) são influentes a ponto de se tornarem intocáveis pela Justiça? “Essa gente tem um poder de sedução muito grande. Eles podem levar o Ronaldinho Gaúcho, no auge, ao Palácio do Planalto. A seleção do Bernardinho para uma audiência com o presidente. E isso tem um poder eleitoral enorme”, afirma Kfouri.



Apesar de todos os desmandos e impunidade, o jornalista garante que, aos 58 anos de idade e 38 de jornalismo, ainda acredita que o esporte brasileiro tem jeito. “Temos que achar caminhos para mudar. Eu garanto que uma semana de Jornal Nacional bem feito, ouvindo todos os lados, derrubava essa gente”, conclui, sem deixar de criticar a subserviência da grande imprensa brasileira aos comandantes da CBF, Ricardo Teixeira, no poder desde 1989, e COB, Carlos Arthur Nuzman, há duas décadas no poder.

Capitanias hereditárias do futebol

O futebol brasileiro, da mesma forma que o Brasil, apresenta contradições de proporções continentais. “Se fosse bem gerido, teríamos algo semelhante à NBA (liga de basquete profissional dos Estados Unidos)”, exemplifica. Juca remonta ao tempo da inflação galopante para mostrar a realidade do esporte brasileiro. “Lembro-me que todo mundo falava mal da inflação, mas ninguém fazia nada contra ela. Ora, alguém devia estar ganhando com a situação. Com a estabilização da economia com o Plano Real, veio a necessidade do Proer, porque os bancos, que lucravam com a inflação, começaram a quebrar”, recorda.



A realidade do futebol é semelhante. Jogadores saindo do país cada vez mais jovens por valores irrisórios – para citar um exemplo, Kaká foi vendido pelo São Paulo para o Milan em 2003 por US$ 8,5 milhões. Há poucos dias, especulou-se que o Chelsea ofereceu ao Milan US$ 100 milhões, preço que o clube italiano não aceitou para ceder o atleta –, clubes em situação falimentar, com dívidas gigantescas. “Todos, no mundo futebolístico, falam que isso é um absurdo, mas ninguém faz nada para mudar essa situação. Alguém está ganhando com isso”, reflete.

Como paralelo ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, o Proer, que salvou os bancos, Juca aponta a criação da Timemania, loteria criada para ajudar os clubes brasileiros a sanarem suas dívidas com o governo. “Deram uma loteria pro futebol. Também quero uma para saldar as minhas dívidas”, ironiza. A Timemania é a quarta medida governamental para evitar a falência do futebol nacional. Antes já houve o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) 1, 2 e 3. “Teremos também a Timemania 1, 2 e 3?”, questiona o jornalista, que acredita que, enquanto o futebol brasileiro não sair da era das capitanias hereditárias, dificilmente a situação irá mudar. “O capitalismo ainda não chegou ao futebol brasileiro. Ele vive na época da socialização da miséria.”

Jornalista, “para o bem da Sociologia”

Ex-militante de grupos clandestinos de esquerda contra a ditadura militar quando era estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, Juca Kfouri tinha em mente fazer uma tese que mostrava que o futebol não era um instrumento de alienação, ao contrário do que apregoava a maioria dos que eram contra o regime autoritário. “Certa vez um professor marcou uma prova para o mesmo horário do jogo Brasil x Romênia na Copa de 70, e protestei. O professor, então, propôs uma votação para decidir se a prova seria mantida ou não naquele horário. Fui derrotado por 20 votos a um, mas não fui fazer a prova. O professor Gabriel Cohn concordou que eu fizesse a prova em outro dia”, conta.



Gabriel foi o professor que o aconselhou a tornar-se jornalista, “felizmente para a Sociologia brasileira”, brinca Juca, lembrando que o professor é autor da frase que diz que ninguém que não tenha o fundo das calças poído por botequim e arquibancada entende o futebol. Talvez esse seja um dos problemas do futebol brasileiro. “Nenhum dos patrões da grande imprensa – pelo menos do eixo Rio-São Paulo – vai aos estádios. Eles não entendem a paixão do brasileiro pelo futebol”, explica.

O jornalista relembra que, se Lula tornou-se o melhor amigo de Ricardo Teixeira após o amistoso da Seleção Brasileira no Haiti, Fernando Henrique não acompanhava futebol. Na década de 80, o ex-presidente foi a um Palmeiras e Corinthians quando o goleiro do Palmeiras, Gilmar, fez uma defesa, ele perguntou a Juca. “Esse Gilmar ainda joga?”. Juca respondeu que o goleiro tinha esse nome porque seu pai fizera uma homenagem ao Gilmar campeão da Copa de 58, e que Biro-Biro não era o nome de uma jogada, mas de um jogador corintiano.

(Evelise Nunes e Paulo de Tarso/Divulgação Alesc)
Fotos da ALESC: Carlos Kilian

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

JUCA KFOURI NO BRASIL EM DEBATE




Hoje tem palestra.

Na ALESC.

No Programa Brasil em Debate.

E com o jornalista Juca Kfouri.

Que eu acompanho desde muito tempo.

Do Cartão Verde na TV Cultura SP.

Nos comentários no Jornal da Globo.

Nos artigos e colunas em jornais.

E o mais legal: A sugestão do palestrante foi nossa.

Bacana!

Todos os caminhos levam à Floripa hoje a noite - diria o também jornalista esportivo local Roberto Alves, que certamente deverá estar lá prestigiando o concorrido evento.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

JOÃO-DE-BARRO SEM TETO

Centrais Elétricas de Santa Catarina destói milhares de casas de João-de-Barro.
A ação é autorizada pelo Ibama. E fica a pergunta: Será que houve um estudo aprimorado sobre o impacto ecológico dessa destruição?



Celesc retira ninhos de João-de-barro no Estado

Aqueles ninhos que os pássaros conhecidos como João-de-barro constroem sobre postes podem até ser bonitos e curiosos, mas representam sérios riscos à rede de energia elétrica.

Assim, especialistas tomam uma iniciativa um tanto antipática aos olhos de muitas pessoas, mas bastante útil para evitar a morte destes animais e a escuridão em cidades inteiras.

Há alguns anos, a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) desenvolve em todo o Estado um trabalho de retirada de ninhos construídos sobre os postes.

Com autorização e orientação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a atividade ocorre sempre entre os meses de junho e agosto, quando as casinhas, feitas com palha, esterco seco e barro úmido, estão sem ovos e filhotes.

O período de reprodução dos animais estende-se de setembro a janeiro, e raramente um mesmo ninho é utilizado por duas temporadas consecutivas.

Expectativa é remover 15 mil unidades

A expectativa da Celesc é retirar 15 mil neste ano em todo o Estado. A bordo de caminhões de linha-viva e devidamente protegidos, os técnicos colocam obstáculos de plástico sobre os postes, a fim de evitar que novos ninhos sejam construídos.

O chefe da Divisão de Distribuição da agência regional de Lages, engenheiro Lúcio Costa, explica que os postes de Santa Catarina, com altura média de 10 metros, sustentam redes de energia que variam de 13 mil volts, no Litoral, a 23 mil volts, na Serra e Oeste. Ou seja, qualquer choque certamente será mortal.

- Em média, 10% dos desligamentos de energia elétrica no Estado são provocados por pássaros. Em Lages, por exemplo, existem 14 alimentadores. A interrupção de cada um deles atinge cerca de 5 mil casas.

Assim, dá para ter uma noção do tamanho do estrago que um pássaro pode causar. Além disso, lembra Lúcio, em dias de chuva os ninhos ficam molhados e aumentam a condutividade de energia nas estruturas próximas aos fios, o que faz crescer a possibilidade de descargas elétricas.

O engenheiro pede a compreensão da população, já que muitas pessoas entendem a retirada dos ninhos como algo anti-ecológico e chegam a xingar os técnicos.


Segundo a Celesc, medida não é antiecológica e visa proteger tanto os pássaros quanto a rede elétrica

Fonte: Diário Catarinense / Foto: ALVARÉLIO KUROSS

domingo, 10 de agosto de 2008

REPORTAGEM: ALERTA VERDE

Dados preliminares de inventário realizado em todo o território catarinense revelam que áreas antes ocupadas por florestas nativas hoje dão lugar a reflorestamento com pinus e a campos para pecuária

Alerta verde

Ambiente
Reportagem Especial - Diário Catarinense

Um novo inventário florístico-florestal vai revelar o que resta de Mata Atlântica em Santa Catarina.
Informações preliminares do estudo em andamento antecipam uma paisagem alarmante. De 124 pontos já visitados pelos pesquisadores no Planalto Norte e na Serra, 22% não apresentavam
mais a vegetação original de mata de araucárias.

As informações atuais sobre as condições da floresta e a variabilidade genética da vegetação estão defasadas. De acordo com dados divulgados este ano pelo SOS Mata Atlântica, mas referentes a 2005, o Estado possui 23,87%, ou 23 mil quilômetros quadrados, da cobertura vegetal remanescente.

A idéia do inventário é mapear todas as áreas recolhendo amostras de plantas em 600 pontos escolhidos aleatoriamente espalhados pelo Estado a cada 10 quilômetros. Com esse material, que constitui a primeira meta do inventário, parte-se para os objetivos seguintes: integração dos bancos de dados de quatro herbários catarinenses, elaboração de um sistema de informações florestais georreferenciado, identificação genética das espécies ameaçadas e diagnóstico do potencial econômico, social e cultural das espécies nativas.

- O inventário é um retrato do que existe de vegetação no Estado. Não só quantidade, mas também a qualidade do que se tem - afirma Adriana Dias, coordenadora do projeto na Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

A primeira fase do censo florestal começou em novembro do ano passado com a coleta do material no Planalto Norte e na Serra.
- Fizemos um levantamento detalhado, recolhendo amostras de ramos e medindo o diâmetro de 400 árvores com troncos acima de 10 centímetros em cada unidade amostral - explica o engenheiro florestal e professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Alexander Vibrans.

Poucos são os locais com Mata Atlântica conservada

Vibrans coordena as equipes que fazem o trabalho de campo, com seis pessoas em cada grupo. Os pontos visitados por eles se estendem por quatro braços de mil metros quadrados cada. Esses locais são definidos como unidades amostrais todas as vezes que encontram uma área coberta por mata nativa.
- Fomos a 124 pontos, mas 28 deles não puderam ser estudados por não possuírem mais florestas. Metade desses pontos agora são áreas agrícolas e 14%, reflorestamento de pinus - diz Vibrans.

Além de não encontrarem a vegetação original em 22% dos locais, as equipes constataram que quase todas as unidades apresentam problemas de degradação.
- As áreas são usadas para pastoreio, exploração e roçado. A maneira mais rápida de acabar com uma floresta é colocar gado em cima. É isso que estão fazendo. O gado pisoteia o solo e come a vegetação que resta - explica o professor.

Poucos foram os locais com remanescentes da Mata Atlântica em bom estado de conservação.
- Vimos desmatamentos recentes. Ainda tem gente desmatando, e não é pouco - constata Vibrans.

Para ele, essa é uma tendência que deve ser observada também nas outras regiões.
- O Oeste, por exemplo, é ainda mais fragmentado e encontraremos, no mínimo, esse mesmo percentual.


Desmates avançam no estado de Santa Catarina

Equipe desbrava matas

O trabalho das equipes para coletar as amostras para o inventário florístico-florestal não é fácil. Os pontos para visitação, previamente definidos de forma aleatória, podem ser em lugares de acesso rápido ou em regiões onde só se chega a pé.

Para encontrar o ponto certo, um engenheiro florestal, um biólogo, um estudante universitário, um auxiliar e dois rapelistas usam um aparelho GPS (Sistema de Posicionamento Global).
- Dependendo da região, podemos levar de seis a sete horas para chegar ao ponto certo. Lá, nosso trabalho demora uma média de oito horas. Algumas vezes, a equipe consegue ir e voltar no mesmo dia. Outras, é preciso montar acampamento e ficar até o dia seguinte - conta o coordenador do trabalho de campo, Alexander Vibrans.

Para realizar a coleta das folhas e flores e a medição dos troncos e galhos, os rapelistas escalam as árvores. Algumas vezes, até estilingue é usado para cortar os ramos. Esse trabalho é feito nos meses da primavera e do verão.
- Mas isso não é porque temos medo de sair a campo no frio. Devemos coletar exemplares com flores para ajudar na identificação, e elas só podem ser recolhidas nessas estações - explica Vibrans.

Depois do trabalho no meio das florestas, os ramos são levados para a Universidade Regional de Blumenau (Furb). Lá, são transformadas em exsicatas, exemplares desidratados (como os publicados em forma de detalhes nos textos desta reportagem) armazenados em locais de baixa temperatura e umidade, e guardadas no Herbário Roberto Miguel Klein, localizado na instituição.
As informações levantadas farão parte de um banco de dados único envolvendo outros três herbários catarinenses. As exsicatas também ajudarão na identificação da variabilidade genética das espécies e no mapa da quantidade e qualidade delas no Estado.


Rapelistas escalam as árvores para coleta de folhas e medição dos troncos

Modificações genéticas ameaçam as espécies

Um dos objetivos do inventário florístico-florestal é a coleta de dados para subsidiar políticas públicas florestais no Estado.
- O projeto começou com a Resolução 278 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que proibia a derrubada de espécies em extinção da Mata Atlântica. Aqui, nossa maior preocupação é com as espécies de canela, imbuia, xaxim e araucária - relata o coordenador do inventário na Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Silvio Thadeu de Menezes.

Para definir se uma espécie corre risco de ser extinta, não basta analisar a área coberta por seus exemplares. A identificação da variabilidade genética também é essencial.
- O cruzamento entre exemplares da mesma família reduz a qualidade genética da espécie. Temos indicações, por exemplo, que as araucárias já têm depreciação genética - diz a coordenadora do projeto na Fapesc, Adriana Dias.

Menezes explica que, com essa espécie, houve uma seleção às avessas.
- Os melhores exemplares foram derrubados e ficaram os piores. Com os dados coletados, podemos até pensar em trazer mudas de outros estados para começar um cruzamento para melhorar as matas restantes - acrescenta.

Estudo vai apontar eventual exploração sustentável

Além de proteger as espécies em extinção, o inventário mostrará que tipos de plantas podem ser aproveitadas economicamente.
- Alguns dados indicam que o xaxim poderia sair da lista de espécies em risco, o que proporcionaria a elaboração de um projeto de exploração sustentável dessa planta - conclui o coordenador do inventário.

Para o professor da Furb Alexander Vibrans, as informações também podem evitar novas devastações.
- Estamos quantificando a biomassa florestal. Com isso, saberemos quantas toneladas de carbono possuímos nas florestas. Os agricultores poderão vender créditos de carbono para empresas poluidoras. Eles seriam remunerados para não derrubarem as árvores - explica.


Pontos de visitação são definidos de forma aleatória, e alguns são de mata fechada, com o acesso possível apenas a pé

Estado antecipa-se a projeto nacional

Santa Catarina é o primeiro Estado brasileiro a realizar um inventário nos moldes do futuro inventário nacional. A verba, no entanto, vem do governo do Estado. Já foram investidos aproximadamente R$ 2,2 milhões no projeto desde 2005. Para finalizar o levantamento, serão necessários mais R$ 3,8 milhões.
- Esse dinheiro já está praticamente todo aprovado. Mas, como estamos em ano eleitoral, pode haver atraso na liberação do recurso - explica o coordenador do inventário na Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Silvio Thadeu de Menezes.

Mesmo com esse contratempo, o Estado pretende encerrar todo o levantamento no próximo ano.

- Para isso, teremos que fazer as duas últimas fases juntas, entre setembro deste ano e maio de 2009. A equipe deverá ser dobrada e trabalharemos no Oeste e na faixa de Serra Geral e Litoral ao mesmo tempo - explica o professor da Furb Alexander Vibrans.

Também no próximo ano, o Ministério do Meio Ambiente planeja começar o inventário nacional reunindo informação de todos os ecossistemas brasileiros.

- Já foi feito um inventário nacional na década de 1980, mas aquele focava a busca por fontes alternativas de energia como uma solução para a crise do petróleo. O valor da floresta era outro e não foi possível levantar todos os dados - lembra o gerente de Informações Florestais do Serviço Florestal do Ministério do Meio Ambiente, Joberto Freitas.

Ministério testará a metodologia catarinense

Para seu início, o ministério deve testar a metodologia já usada em Santa Catarina em regiões com características diferentes, como caatinga e pantanal.

Os estados que já realizaram ou estão com seu inventário em andamento também terão seus dados agregados à pesquisa nacional.

- O problema é que Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que já terminaram os trabalhos, e São Paulo, que está fazendo agora, iniciaram a pesquisa antes das discussões do inventário nacional e usam, cada um, uma metodologia. Se não padronizarmos, no final, teremos uma colcha de retalhos - observa Freitas.


Padre Raulino Reitz, botânico que junto com o ecólogo Roberto Klein registraram 95% das plantas de Santa Catarina

Padre foi pioneiro em Santa Catarina

Muito antes de se pensar em realizar um levantamento oficial para conhecer a situação da flora catarinense, dois pesquisadores foram a campo para catalogar as espécies nativas da Mata Atlântica.

O botânico e padre Raulino Reitz e o ecólogo Roberto Klein registraram 95% das plantas de Santa Catarina em suas andanças pelo Estado entre os anos de 1954 e 1964. Esse trabalho fez de Santa Catarina o pioneiro no Brasil a conhecer sua vegetação.

O levantamento começou pela iniciativa de padre Raulino que, ainda como estudante no Rio Grande do Sul, recolheu exemplares de plantas daquele Estado. Lá, fundou, em 1942, o Herbário Brabosa Rodrigues com mil exsicatas. Transferido para Santa Catarina, o sacerdote, que já era um pesquisador conhecido internacionalmente por seus estudos sobre bromélias, ajudou a cidade de Brusque a combater uma epidemia de malária na década de 1950. Foi aí que se juntou ao ecólogo Roberto Klein para pesquisar a flora de todo o Estado.

- Eles brincavam que eram duas metades que formavam um todo. O botânico fazia a identificação das plantas e o ecólogo estudava a relação delas com o ambiente - conta Zilda Helena Deschamps Bernardes, secretária administrativa do Herbário Barbosa Rodrigues há 36 anos, Os dois pesquisadores dividiram o Estado em 180 estações de coleta de um quilômetro quadrado cada. Os pontos escolhidos eram visitados durante as quatro estações do ano para fazer o acompanhamento do desenvolvimento das plantas.

- Eles aproveitavam os finais de semana e feriados para visitar os locais. Usavam bicicleta, moto, jipe, charrete, canoa... qualquer meio de transporte para chegar às regiões. As plantas só eram coletadas quando estavam férteis, com flores e frutos - conta Zilda.

O trabalho dos pesquisadores pioneiros e de outros que seguiram seus caminhos renderam ao herbário a descoberta de 327 novas espécies de plantas, entre elas 100 bromélias. A coleção dos estudos está guardada em um acervo de mais de 70 mil exsicatas armazenadas em 548 latas próprias para a conservação, fazendo do Barbosa Rodrigues, hoje sediado em Itajaí, um dos maiores do país.

Para divulgar os estudos para a sociedade científica, desde 1965 o Herbário Barbosa Rodrigues publica a enciclopédia Flora Ilustrada Catarinense.

- Os pesquisadores que vêm aqui costumam dizer que ela é a bíblia da botânica por ser tão completa - relata a orgulhosa Zilda.


Fonte: Diário Catarinense - TATYANA AZEVEDO ( tatyana.azevedo@diario.com.br )

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

ABRAÇO DE URSO

Essas imagens estão na internet. Serão verdadeiras?

Conta a história que o urso polar aproximou-se dos cães puxadores de trenó no Canadá e o dono deles achou que era o fim dos animais.

Mas para seu espanto o urso não só não atacou o cachorro como fez amizade com ele, voltando outras vezes para brincarem.

As fotos do amigo urso são das mais vistas na internet e vale publicarmos pela beleza e pelo inusitado.






quinta-feira, 7 de agosto de 2008

HIDRELÉTRICAS EM SANTA CATARINA

Que você acha dessa queda d'água secar?


E um monte de outras belas corredeiras simplesmente deixarem de existir?


E se grandes nacos de florestas de Mata Atlântica desaparecerem com represas ao lado do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior Unidade de Conservação de Santa Catarina?



E se uma dessas represas inundar um terreno vizinho bem ao lado de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, como a RPPN Rio das Lontras?



POIS TUDO ISSO PODE ACONTECER!

Se você é a favor da preservação do meio ambiente e contrário à construção de 6 hidrelétricas na bacia do rio Cubatão do Sul, nas cidades de Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz, bem no meio do Vale das Termas, CLIQUE AQUI para assinar o abaixo-assinado do Movimento rio Cubatão Vivo!


Imagens Google Earth de dois dos locais que possuem projetos para a construção de PCHs.
Fotos das corredeiras do rio Cubatão do Sul: Panoramio.


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

AS PCHS EM ÁGUAS MORNAS E SANTO AMARO DA IMPERATRIZ

Imagem do Google Earth mostra a área de Mata Atlântica vizinha à RPPN Rio das Lontras e que será inundada pelo represamento do rio Caldas do Norte. O curso d'água também será desviado por dentro da Unidade de Conservação caso seja aprovado o projeto da "PCH Canto do Schulwz"


Para conhecerem um pouco mais sobre a possível construção de seis PCHs (Pequena Central Hidrelétrica) nas cidades de Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz e como um desses projetos pode secar a maior beleza cênica da RPPN Rio das Lontras, vai aqui um histórico desse caso:


- Em outubro de 1997 é regulamentada a Lei que criou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a União passou a conceder licenças para a iniciativa privada explorar os serviços públicos na área de geração, transmissão, distribuição da energia elétrica em todo o território nacional.
- Em 2002 Chris e Fernando vendem seu único imóvel, sua casa em Florianópolis, e adquirem uma belíssima área de remanescente da Mata Atlântica, rica em nascentes e banhada por uma magnífica cachoeira para a realização do sonho da criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), contribuindo assim de maneira efetiva com a causa ambiental. O nome da Reserva foi escolhido pelo genial cartunista Ziraldo, que ainda fez a logomarca inspirada nas Lontras que habitam o local.
- Nesse mesmo ano a empresa paulista Adiplan Incorporadora Ltda. encomenda estudos com a
Rischbeater Engenharia para a construção de várias PCHs na bacia do rio Cubatão do Sul.
- O estudo apontou potencial para três usinas no Rio Cubatão do Sul e três no Rio Caldas do Norte (também conhecido como Rio Forquilhas e afluente do Cubatão). As usinas hidrelétricas com potência de 1 Mega Watts até 30 MW são classificadas como PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).
- No início de 2003 é protocolada no IBAMA em Florianópolis a documentação para a criação da RPPN Rio das Lontras.
- Em 2004, depois de análises e disputas, a Aneel aceita seis dos sete projetos básicos: PCHs Antonio Munhoz Bonilha, João Eloi, Santo Amaro, Sacramento, Canto do Schulwz e Caldas do Norte.
- O projeto da PCH Canto do Schulws (grafia errada, já que a localidade chama-se “Canto do Schuch” – pronuncia-se “Chú” - sobrenome das famílias de colonos alemães que moram na região) prevê uma barragem e o desvio do rio Caldas do Norte bem na área da RPPN Rio das Lontras.
- Em março de 2005 o Diário Oficial da União publica a portaria Nº 34 criando a RPPN Rio das Lontras.
- Em 2006, a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma) comunica aos investidores que os Estudos Ambientais Simplificados, protocolados em 2004, precisam ser complementados porque surgiram novas exigências. Os estudos foram refeitos pela empresa Sócio Ambiental Consultores Associados.
- Em dezembro de 2007, a Fundação Estadual de Meio Ambiente, a FATMA, emite as Licenças Ambientais Prévias.
- A intenção dos investidores é venderem os direitos de construção para a empresa norte americana
Contour Global.
- É criado o
Movimento Rio Cubatão Vivo, contrário a construção das PCHs.


AS PCHs:

*PCH CANTO DO SCHULWZ – Rio Caldas do Norte
Distância da foz até o local da barragem: 14,9 km
Área do reservatório: 0,0355 km² Queda bruta: 86,86 metros
Altitude do reservatório: 436,86 m / Vazão: 1,40 m³/s
Potência instalada: 1,05 MW / Coordenadas: Latitude 27°37’38” - Longitude 48°53’10”

*PCH CALDAS DO NORTE - Rio Caldas do Norte
Distância da foz até o local da barragem: 13,60 km
Área do reservatório: 0,0145 km² Queda bruta: 120,00 metros
Altitude do reservatório: 350,00 m / Vazão: 1,47 m³/s
Potência instalada: 1,55 MW / Coordenadas: Latitude 27°38’01” Longitude 48°52’46”

*PCH FAZENDA SACRAMENTO - Rio Caldas do Norte
Distância da foz até o local da barragem: 11,70 km
Área do reservatório: 0,0071 km² Queda bruta: 83,65 metros
Altitude do reservatório: 230,00 m / Vazão: 1,69 m³/s
Potência instalada: 1,22 MW / Coordenadas: Latitude 27°38’40” Longitude 48°51’53”

*PCH ANTONIO MUNHOZ BONILHA - Rio Cubatão do Sul
Distância da foz até o local da barragem: 27,50 km
Área do reservatório: 0,2558 km² Queda bruta: 56,75 metros
Altitude do reservatório: 145,00 m / Vazão: 8,22 m³/s
Potência instalada: 4,75 MW / Coordenadas: Latitude 27°42’56” Longitude 48°49’53”

*PCH JOÃO ELÓI - Rio Cubatão do Sul
Distância da foz até o local da barragem: 26,45 km
Área do reservatório: 0,0094 km² Queda bruta: 19,80 metros
Altitude do reservatório: 88,25 m / Vazão: 8,27 m³/s
Potência instalada: 1,61 MW / Coordenadas: Latitude 27°42’44” Longitude 48°50’08”

*PCH SANTO AMARO - Rio Cubatão do Sul
Distância da foz até o local da barragem: 22,20 km
Área do reservatório: 0,0247 km² Queda bruta: 33,05 metros
Altitude do reservatório: 52,25 m / Vazão: 12,60 m³/s
Potência instalada: 4,05 MW / Coordenadas: Latitude 27°42’21” Longitude 48°47’53”


AS CIDADES:

ÁGUAS MORNAS: Colonizada por imigrantes alemães, tem excelente infra-estrutura turística e é considerada um dos melhores complexos hidrominerais do mundo. Atrai milhares de turistas nas suas piscinas com água a 39 °C o ano inteiro. Ideal para tratamento de artrite, reumatismo, função digestiva, eczema, urticária, etc. A origem dessa água, que emerge de terrenos pré-cambrianos, é um derrame triássico, que invadiu toda a região de Águas Mornas e do município vizinho de Santo Amaro da Imperatriz. Município considerado como de excelente qualidade de vida.
Meio Ambiente: Águas Mornas tem boa parte de seu território como parte do Parque Estadual do Tabuleiro, que está na lista dos habitats naturais críticos na região da América Latina e do Caribe e é a maior Unidade de Conservação de Santa Catarina, abrangendo 1% do estado. Também se localiza em Águas Mornas a RPPN Rio das Lontras, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural criada em caráter perpétuo para proteção da rica biodiversidade da Mata Atlântica e única no município.
Data de fundação - 29 de dezembro de 1961.
Principais atividades econômicas - Produção de hortaliças e exploração das águas termais.
População - 5.140 habitantes.
Localização - Grande Florianópolis, distante 40km da capital.
Área - 360,757 km2.
Cidades próximas - Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, Angelina, São Pedro de Alcântara.
Clima - Temperado, com temperatura média entre 15ºC e 30ºC.
IDH 0,783 PNUD/2000
PIB R$ 39.234.349,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 6.880,81 IBGE/2003

SANTO AMARO DA IMPERATRIZ: Conhecida como o Verde Vale das Termas, Santo Amaro da Imperatriz é a primeira estância hidromineral do País. Rica em natureza e lindas paisagens. A colonização de Santo Amaro da Imperatriz está ligada à descoberta da fonte de águas termais, por caçadores, em 1813. O Governo Imperial destacou então um contingente policial para guarda do local, já que a região era habitada por índios hostis. Em 18 de março de 1818, o rei Dom João VI determinou a construção de um hospital – foi a primeira lei de criação de uma estância termal no Brasil. Em outubro de 1845, Santo Amaro da Imperatriz recebeu a visita do casal imperial Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon, que mandou construir um prédio com quartos e banheiras para os visitantes em busca de alívio para suas dores. Em homenagem à Imperatriz, a localidade, nos arredores da cidade – que se chamava Caldas do Cubatão -, foi rebatizada como Caldas da Imperatriz.
Santo Amaro da Imperatriz com seus 338 km² (quilômetros quadrados) de área territorial, dos quais 72% situados em área de preservação permanente, o Município está situado em posição geográfica privilegiada. Está ligado ao planalto e ao litoral catarinense pela BR-282 e é cortado pelo Rio Cubatão.
O Município oferece muitas opções de lazer, com suas águas termais, atrativos naturais e variadas festividades religiosas e culturais. As belezas naturais oferecidas pela natureza exibem um maravilhoso cenário. As águas termais presentes em Caldas da Imperatriz que brotam a 39º centígrados, considerada como uma das melhores do mundo.
As montanhas imponentes da Mata Atlântica, um verdadeiro Santuário Ecológico, as belezas e os mistérios da Serra do Tabuleiro, contribuem para que o Município se torne cada vez mais atraente aos que praticam o Ecoturismo.
Os esportes radicais como vôo livre, motocross e
canoagem em corredeiras dos rios, estão presentes no calendário de eventos do município.
Data de fundação - 10 de julho de 1958.
Principais atividades econômicas - A economia do município é baseada no turismo de saúde, em função de suas águas termais. Também se destaca a agricultura.
População - 17.000 habitantes.
Localização - Grande Florianópolis, a 30 km da capital.
Área - 352,4 Km2.
Cidades próximas - Paulo Lopes, Palhoça, Florianópolis, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, São José, São Bonifácio.
Clima - Temperado, com temperatura média entre 15ºC e 25ºC.
IDH: 0,843 PNUD/2000
PIB R$ 130.007.000,00 IBGE/2005
PIB per capita R$ 7.233,00 IBGE/2005

O PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO TABULEIRO:

É a maior unidade de conservação no Estado. Ocupa aproximadamente 1% do território de Santa Catarina, com uma extensão de 87.405 hectares. Foi criado através do Decreto n° 1.260/75 e abrange áreas de nove municípios: Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes. Engloba também as ilhas de Fortaleza/Araçatuba, Ilha do Andrade, Papagaio Pequeno, Três Irmãs, Moleques do Sul, Siriú, Coral, dos Cardos e a ponta sul da ilha de Santa Catarina.
O Parque tem variada vegetação, reunindo cinco das seis composições botânicas do Estado. Começa no litoral, com a paisagem da Restinga, sobe a serra, alcançando o planalto em meio à vegetação dos Pinhais, passando, nessa transição, pela Floresta Pluvial da Encosta Atlântica, vegetação da Matinha Nebular e os Campos de Altitude da chapada da serra. Dentre a vegetação formam-se rios e córregos que serão responsáveis pelo fornecimento da água potável utilizada pelos moradores de toda Grande Florianópolis.

RESUMO:

Empreendedor: Adiplan Incorporadora Ltda.
Rios: Cubatão do Sul e Rio Caldas do Norte
Cidades: Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz
Projeto: Rischbeater Engenharia
Estudos ambientais: (refeitos) Empresa Sócio Ambiental Consultores Associados
Total da potência instalada das 6 PCHs: 14,43 MW
Estima-se que 180 mil metros de Mata Atlântica irão desaparecer


NOTA ESPECIAL:

Ontem, dia 04 de agosto de 2008, a tarde, nos chegou a notícia de que o Ministério Público Estadual fez a recomendação 7/2008 em 22 de julho passado ao presidente da FATMA sr. Carlos Leomar Kreus com "a necessidade urgente de suspender as concessões do direito de exploração de energia no território catarinense, até a realização dos Estudos Integrados das bacias hidrográficas correspondentes".

*Veja também postagem sobre o assunto no PITACOS DA LONTRA!


FOTOS DE PCHs CONSTRUÍDAS PELA RISCHBEATER ENGENHARIA:












Fotos: site da Rischbeater Engenharia
Especialmente dedicado a Claudio César Pimentel Teixeira/Hospital Pequeno Príncepe-Curitiba-PR

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PCHs na bacia do rio Cubatão

A majestosa Cachoeira da RPPN Rio das Lontras pode ser secada pelos projetos das PCHs

A data era 23 de julho de 2008, o local o Sindicato Rural da cidade de Santo Amaro da Imperatriz e o assunto dos mais importantes para a comunidade, a possibilidade de serem instaladas seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na bela bacia do rio Cubatão.

A Audiência Pública foi organizado pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina, a ALESC, proposta pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente e mediada pelo presidente da comissão, Deputado Estadual Décio Góes (PT), porém certamente seria mais apropriado se o ritual tivesse seguido o das apresentações de Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/Rima), ou seja, tempos definidos para o empreendedor, consultor e para os pronunciamentos das demais partes envolvidas.
Trata-se de projetos para seis PCHs, três no rio Caldas do Norte (ou Forquilhas) na cidade de Águas Mornas e mais três no rio Cubatão do Sul, em Santo Amaro da Imperatriz.

Rafting no rio Cubatão, um grande atrativo do ecoturismo

Segundo especialistas da área, o que se viu foi uma apresentação em formato de propaganda por parte do empreendedor, que focou apenas os aspectos positivos do empreendimento. O consultor, que deveria apresentar tantos os aspectos positivos quanto - principalmente - os negativos e as eventuais mitigações e compensações, não os expôs, o que gerou uma série de questionamentos.

O proponente dos projetos é a Incorporadora Adiplan, de São Paulo.

Já pelo lado do movimento Rio Cubatão Vivo o ambientalista e proprietário da empresa
Trekking das Águas Rafting & Expedições Eleazar Garbelotto fez uma bela apresentação das atividades de ecoturismo desenvolvidas no Vale das Termas – como é conhecida a região por suas medicinais águas termais.
Keko, como Eleazar é conhecido, é membro do comitê de gerenciamento do rio Cubatão do Sul e representante da Associação Brasileira de Turismo de Aventura (ABETA) e mostrou que a
região é considerada o novo pólo para o turismo de ação do sul do Brasil e ainda reuniu números relacionados ao dinamismo econômico na região gerado pela atividade de rafting, o que deveria ter sido objeto da análise ambiental.





A apresentação parece ter sido bastante convincente aos membros da mesa, ALESC, FATMA (Fundação Estadual de Meio Ambiente) e SDS (Secretaria de Desenvolvimento Social), que vão estar em meio ao processo decisório. Inclusive o representante da FATMA, Luiz Antônio Garcia Correia em sua fala no final dos trabalhos disse claramente que após as apresentações e manifestações ele estava "convicto sobre vários aspectos" – só não esclareceu quais.

Uma das perguntas que foi dirigida ao representante da FATMA foi um esclarecimento se foram 5 ou 6 licenças emitidas, uma vez que na fala inicial ele relatou um histórico do projeto, que no começo apresentavam 7 aproveitamentos e que no momento, 5 estavam sob análise. Nas demais apresentações, do empreendedor e em uma pequena fala do consultor, foi colocado por ambos que eram 6 aproveitamentos hidroelétricos. A resposta foi que a PCH do "Schulz" (Grafia errada no empreendimento, já que a localidade chama-se “Canto dos Schuch”) estava fora. Isto ficou registrado na ata da reunião. Essa PCH tem o projeto exatamente em cima da RPPN Rio das Lontras – informação que os proponentes negam, já que afirmam ter intenção de lutar pelos 6 projetos, nem que tenham que mudar o lado do desvio do rio Caldas do Norte, praticamente secando a maior beleza cênica da RPPN Rio das Lontras.



O rio Caldas do Norte (também conhecido por Forquilhas) passa pela RPPN Rio das Lontras, onde lontras moram e inspiraram o nome da Reserva


Houve vários depoimentos - alguns mais inflamados que outros e bastante passionais - todos contra os empreendimentos. Aparentemente nem os empreendedores e nem as autoridades esperavam um posicionamento tão bem definido como o que ficou evidenciado. Entretanto, os contrários à construção das PCHs tem motivos para alguns receios e preocupações. O primeiro deles é destacar para todos os integrantes do movimento que foi apenas uma batalha vencida, mas a guerra ainda está longe de terminar.
Certamente tanto os empreendedores quanto os consultores conseguiram mapear boa parte da artilharia e a próxima batalha deverá ser muito mais dura.

Ainda como uma crítica ao movimento, houve alguns momentos de incertezas e de uma certa desorganização ou despreparo, como por exemplo, um filme que não souberam operar o computador e depois a leitura da "carta da Terra", quando se perdeu um tempo precioso, onde se poderiam objetivar mais as questões realmente importantes a cerca do empreendimento e suas conseqüências. O “bottom line” (O "triple bottom line" é o termo utilizado para refletir todo um conjunto de valores, objetivos e processos que uma companhia deveria focar com o objetivo de criar valor econômico, social e ambiental e, através desse conjunto “minimizar qualquer dano resultante de sua atuação. De acordo com esse “tripé” conceitual, reconhecemos que a sociedade depende da economia e que a economia depende do ecossistema global, cuja saúde representa o "botton line") é que para a próxima audiência deverá haver uma maior coordenação das ações, levantamentos de fatos e informações bastante consubstanciadas, haja visto que empreendedor e consultor virão com artilharia pesada.



O rio Cubatão, apesar das diversas agressões, ainda guarda grandes belezas


Outra preocupação é a falta de papel. Não existe um documento formal, oficial, destacando os "90 dias" para a preparação dos argumentos contrários ao empreendimento. Foi sugerido ao final da reunião que fosse encaminhado um ofício partindo da Câmara dos Vereadores ou do Comitê de Bacias, provocando ALESC, FATMA e SDS, sobre este assunto. O objetivo é ter uma resposta também oficial por parte de uma dessas instituições.

Parece ter ficado claro alguns recados que o representante da FATMA passou. A começar pela "análise dos aspectos técnicos e jurídicos" do empreendimento. O movimento Rio Cubatão Vivo possui pessoas que podem analisar os aspectos técnicos apresentados nos documentos, mas ainda não possui alguém da área do Direito Ambiental.



A construção das PCHs irá ocasionar a derrubada da Mata Atlântica

O outro recado foi a questão hidrológica e o conflito com a atividade do rafting. Já que não somente o dinamismo econômico e social decorrente desta atividade, mas os aspectos histórico-culturais, a coleção de paisagens naturais, e o setor turístico como um todo devem ser mais enaltecidos e melhor destacados, apresentado-se números, como ocupação de hotéis, número de pessoas trabalhando direta e indiretamente nestas atividades, etc.

Na questão do rafting, devem aparecer mais dados sobre as condições ideais para a prática do esporte, e mostrar os períodos do ano onde existe maior atração de turistas, assim como as conseqüências quando a atividade está prejudicada for algum fator hidrológico. Isto serviria para projetar um cenário se o rafting deixar de ser um atrativo.

Como vemos, o primeiro assalto apenas começou.


Capivara descansa às margens do rio Cubatão do Sul

Para conhecer na íntegra o manifesto do
Movimento Rio Cubatão Vivo
Vale ler também o relato da
Audiência Pública no blog Eco Flora

Fotos da RPPN Rio das Lontras: Fernanda Kock / Fotos do rio Cubatão gentilmente cedidas: Ativa Rafting, Apuama Rafting e Sandra Eliane Michel
Colaborou: Antonio Carlos Beaumord -
Ph.D. em Ecologia e professor de Impactos Ambientais