Fernando e Chris sempre estiveram envolvidos na defesa do meio ambiente e para contribuírem de maneira mais efetiva com a causa adquiriram uma magnífica área preservada de Mata Atlântica próxima a Florianópolis, criando ali uma Unidade de Conservação em caráter perpétuo, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, a RPPN Rio das Lontras.
sábado, 14 de agosto de 2010
MENINO MALUQUINHO FAZ 30 ANOS
Menino Maluquinho faz 30 anos com 100ª edição
DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO
Ao decidir que a série "O Menino da Lua" terá dez volumes, Ziraldo, 77, garantiu mais alguns anos de trabalho --e, diz ele, outros tantos de vida. "Vou escrever um por ano", afirma à Folha. "Foi o jeito que eu inventei para enganar a morte."
O projeto começou em 2006. Hoje, amanhã e nos dias 21 e 22, às 15h, o autor lança e autografa o terceiro volume, "O Menino da Terra", durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Enquanto Ziraldo segue com a criação desse garoto lunar, outro de seus rapazes comemora 30 anos de idade: "O Menino Maluquinho" chega à centésima edição.
A história do personagem começou durante a feira literária. Em 1980, foi durante o evento que publicou o livro, com 5.000 exemplares.
O garoto já nasceu espevitado. Antes de a Bienal chegar ao fim, outras duas tiragens já haviam rodado, somando mais 10 mil exemplares. A soma, hoje, é de 2,8 milhões de livros vendidos.
Agora, a editora Melhoramentos --na qual Ziraldo já publicou mais de cem obras-- o homenageia com uma edição de colecionador de 2.000 exemplares.
O formato de luxo traz depoimentos de ícones como Ruth Rocha, Fernanda Montenegro e Zuenir Ventura e não será vendido. Uma versão mais simples deve chegar às livrarias.
"Não é todo dia que você chega a cem edições e ainda produzindo", comemora Ziraldo. "Vão ter de me abater com um tiro", brinca.
Da Bienal de 1980 para a deste ano, o autor se tornou visitante assíduo do evento. "Não mudou nada, só aumentou a fila", compara.
"Assim como o Calvin [personagem de Bill Watterson] é o típico garoto americano, o Menino Maluquinho é o brasileiro. Ele tem piedade e abraça, é o menininho que todo o pai quer ter."
O cartunista Ziraldo, que autografa livros hoje na Bienal / Ismar Ingber/Divulgação
ENVELHECER O MENINO
Talvez com exceção dos politicamente corretos, já que, segundo o livro, a linha da pipa do rapaz "cortava mais que o afiado cerol". Além disso, nas noites de são João, o balão dele era "o mais luminoso" do céu.
"Ele não é um exemplo de obediência", concorda. Mas faz troça das sugestões de revisar o texto. "O livro é uma instituição, não mexo nele."
O mesmo vale para fazer uma versão adolescente, a exemplo dos recentes "Turma da Mônica Jovem" e "Luluzinha Teen". "Não se envelhece um personagem!"
Apesar de ter ido de Minas ao Rio, em 1948, com o intuito de se tornar autor de HQs, foi nas charges cômicas e nos livros infantojuvenis que Ziraldo se consagrou.
"Entrei para o humor e abandonei os quadrinhos! É outra raça", brinca. Elogia a geração atual: "Há os geniozinhos, como Ivan Reis, que desenham como deuses".
Fonte: Folha.com