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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Santa Catarina em chamas


A impressionante imagem de satélite acima mostra a bela e histórica Grécia em chamas.

Moradores fogem a pé e deixam suas casas enquanto as chamas avançam por florestas e plantações. Nos últimos quatro dias dezenas de focos de incêndio espalham-se pelo país. Até o momento foram confirmadas pelo menos 63 mortes. A devastação é ampla e o fogo é disseminado por ventos fortes e quentes. Enquanto povoados inteiros, florestas e plantações são consumidos, novos focos surgem mais rápidos do que os bombeiros consigam controlar os já existentes. Há milhares de desabrigados e monumentos nacionais correm o perigo de desaparecerem.

Enquanto isso no Brasil:

O clima extremamente seco de inverno, muitas vezes associado à desatenção e até a má fé de freqüentadores, está provocando incêndios em reservas e parques de todo o Brasil.

Em Minas Gerais, o incêndio atingiu três parques nacionais: o da Serra do Cipó e o das Sempre Vivas e o Grande Sertão Veredas. Mais de oito mil hectares foram queimados.


Em São Paulo, no Pontal do Paranapanema, o fogo devastou parte de uma reserva florestal.


No Rio de Janeiro, o incêndio no Parque Nacional de Itatiaia já queimou mil hectares.

No Pará, partes da floresta nacional de Carajás e da Serra Leste foram destruídas.

Em Brasília, o fogo consumiu 20% do Parque Nacional em quatro dias. Mil homens trabalham no combate ao incêndio. Bombeiros que estavam de férias foram convocados. O calor, o vento forte e a baixa umidade do ar dificultam o combate ao incêndio. As chamas não páram de se espalhar e já ameaçam as casas de moradores da região. Eles tentam apagar as chamas como podem. “Eu vi a fumaça bem próxima. Não tem como fazer nada. Muito rápido e a favor do vento”, conta o caseiro Edvaldo Jesus. A vegetação seca funciona como combustível que alimenta as labaredas. A cortina de fogo transformou muitas árvores em esqueletos.
O Ibama enviou dois aviões para despejar água sobre a área atingida. “O ambiente, o ecossistema do cerrado, se recupera frente ao fogo de uma forma bastante rápida. Naturalmente levaria em torno de cinco anos em média para estar recuperado”, explica Júlio Gonchorosky, coordenador do Instituto Chico Mendes.

Enquanto isso em Santa Catarina:


Araucárias queimam!

Jussara Branquinho é casada com Alan, mãe do Lucas e moram em Itajaí. Professora de Educação Física dá aulas de patinação e possui uma equipe de apresentação. Uma grande incentivadora desse belo esporte no estado, é atualmente a Presidente da Federação Catarinense de Patinação Artística.

Nossa amizade começou desde que morávamos em Itajaí no final da década de 80. Jú, como é conhecida pelos amigos, foi viajar semana passada para o oeste de Santa Catarina.

O relato do que ela viu em plena região das Araucárias é bem preocupante. Ao longo das centenas de quilometros ela presenciou dezenas de queimadas nos campos e matas. Ela nos enviou algumas fotos e contou que não foi possível fotografar todas, pela enorme quantidade avistadas e por estar dirigindo. Mas testemunhou com grande preocupação uma prática destrutiva num dos mais ameaçados ecossistemas associados da combalida Mata Atlântica.


Até quando vamos ser conteporâneos de uma destruição sistemática, visível para quem tem olhos e invisível aos órgãos governamentais?


Onde está a fiscalização?


Até quando seremos complacentes com tanta destruição?
Fotos: Jussara Branquinho
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Matas de Araucária: Pinheiros do Paraná à Beira da Extinção
por João Paulo Capobianco

A história da araucária, ou pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia), pode ter um triste fim com a extinção da espécie em menos de um século de exploração predatória. Inseridas no domínio da Mata Atlântica e classificadas cientificamente como Floresta Ombrófila Mista, as florestas de araucárias ocorriam originalmente numa área contínua na região compreendida entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, com manchas em São Paulo e Minas Gerais. Atualmente estão reduzidas a aproximadamente 1,2% da área original.

Estudos revelam a existência de nove variedades de araucárias ocorrendo em diferentes associações com espécies vegetais de grande importância econômica, como a imbuia, a canela lageana, o pinheiro-bravo, a canela sassafrás e a erva-mate. Esta última também tem valor ambiental, pois é explorada no sub-bosque da floresta.
Atualmente, do pouco que restou das matas de araucárias, apenas 40.774 hectares encontram-se legalmente protegidos em 17 Uniddades de Conservação, perfazendo um total de 0,22% da área original.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Impressões da natureza



Gato-do-mato-maracajá (Felis widii)

É um pouco parecido com o gato-do-mato-pequeno, mas de tamanho maior, com 0,70 cm a 1,20 m de comprimento total e pesando entre 3 e 9 kg. Os pêlos são mais macios e apresentam coloração geral amarelo-queimada ficando mais clara na região ventral. As manchas espalhadas pelo corpo são bem maiores e mais afastadas que as da outra espécie. De cada olho partem duas linhas pretas que vão em direção ao alto da cabeça. O queixo e a garganta apresentam duas listas pretas transversais. A cauda é mais comprida e não tão afilada na ponta e os anéis pretos são bem mais largos que os amarelados. A cabeça é arredondada e os olhos são grandes e marrom-escuros. Na região da nuca os pêlos encontram-se voltados para a frente como na jaguatirica. As patas são grandes.



Habitat: Vive em regiões de mata alta, mas pode ser encontrado em áreas de capoeiras e campos.

Reprodução: Atinge a maturidade sexual entre 2 e 3 anos de idade. Reproduzem-se principalmente nos meses da primavera e verão (setembro a março). O período de gestação é de cerca de 80 dias e a fêmea tem 1 ou 2 filhotes, que nascem mais escuros e mamam até mais ou menos os 2 meses.

Distribuição geográfica: Todo o Brasil. Do México até o norte da Argentina e o Uruguai, exceto Chile.

Características: É animal solitário. Sobe em árvores muito bem e é mais hábil que o gato-do-mato-pequeno. Quando em região de mata fechada, pode ser ativo em horas noturnas e diurnas. Em áreas abertas, procura seu alimento somente a noite. De hábito alimentar quase sempre carnívoro, come répteis, aves e pequenos mamíferos; tem preferência por roedores silvestres. Para descansar refugia-se em grutas, ocos ou galhos de árvores e tocas abandonadas. Como quase todos os mamíferos, é inofensivo ao homem, mas se encurralado, defende-se violentamente. Usa as garras afiadas como arma, abre a boca mostrando os dentes e fazendo um forte ruído. Pode atingir 13 anos de idade (cativeiro). É espécie ameaçada de extinção.

Fotos: Armadilha Fotográfica - Gentilmente cedida pela Prosul Ambiental.
Fonte: Mamíferos de Santa Catarina - Ana Cimardi

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Aquecimento Global na visão de Amyr Klink


Encontro com Amyr Klink: De alguma forma seus livros inspiraram a criação de nossa RPPN. Foto: Fernando Albuquerque.

Saímos ontem de Angelina rumo a Floripa para assistirmos uma palestra do escritor e navegador Amyr Klink sobre Aquecimento Global. 75 km pela estrada que margeia o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, onde é possível avistar belas cachoeiras e a imponente Mata Atlântica nas encostas íngremes. Lugar tão lindo e que ainda recebe a interferência da mão pesada dos seres humanos. É uma construção aqui, uma terraplanagem acolá, novos comércios pipocando ao longo da estrada cada vez que descemos rumo ao litoral. Qual o limite para esse crescimento desordenado que se espalha mundo afora e vem causando mudanças drásticas no clima do planeta? Quais ações governamentais poderão dar um mínimo de decência à ganância humana e ao poder cada vez maior do capital?
Perguntas que não encontram respostas... Saberia Amyr, com tantas histórias, experiências únicas e tão ricas responder às questões?

Auditório da Assembléia estava praticamente lotado. Foto: Luiz Brasil

Em 1884 foi possível acompanhar atento pela imprensa a travessia a remo do continente africano até o Brasil feita pelo - até então desconhecido - Amyr Klink. Assim que ele lançou o livro "Cem dias entre o céu e o mar" (Companhia Das Letras) foi um grande prazer ler o relato de seu planejamento, suas histórias e esforços para completar seu objetivo.

Vieram outros projetos e mais livros. Suas obras são instigantes, relatos tão saborosos e um verdadeiro prazer da primeira a última página. Mas, são acima de tudo, para nós, um incentivo a sonharmos, planejarmos e alcançarmos nossos objetivos.


Chris e Fernandinha numa noite de autógrafos em 2000. Foto: Arquivo pessoal.

Ele costuma fabricar barcos e navegar, as vezes pelos oceanos do planeta, as vezes pelas letras, ou pelas palavras, entre outras atividades. Nós, resolvemos, entre tantas outras coisas, criarmos uma área protegida, uma Unidade de Conservação, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural: a RPPN Rio das Lontras!

O Brasil em Debate:

A palestra é uma louvável iniciativa da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, chamada de “O Brasil em Debate”, que já teve como palestrantes o jornalista Caco Barcelos, a escritora Lya Luft e o esportista Lars Grael. Marcada para as 19 horas, procuramos chegar cedo e conseguimos sentar na segunda fileira. Nos chamou a atenção o fato do auditório de 600 pessoas estar praticamente lotado, mas a primeira fila reservada para as “autoridades”, logo a nossa frente, estar com cadeiras vazias. Será que o assunto “aquecimento global” não é tão importante assim? Será que aquela audiência toda estava em descompasso com as autoridades? Para se pensar...


Amyr disse achar bem interessante a nossa sugestão dele criar uma RPPN em sua propriedade em Parati. Foto: Fernando Albuquerque.

Amyr Klink começou a palestra no mesmo lugar em que terminou. Não deu um passo sequer na uma hora e meia em que falou. Impressionantemente o silêncio das pessoas era total, apenas entrecortado com as risadas das situações engraçadas contadas pelo palestrante, sempre com um humor sutil e inteligente.
Mas o tema era dos mais sérios e impossível não se preocupar com os dados sobre a fragmentação das geleiras e icebergs com mais de 180 km de extensão, do aumento dos ciclones na convergência Antártida, dos relatos da degradação humana que Amyr testemunhou no continente africano.

Disse a certa altura que o “profissionalismo” é a pior qualidade de um trabalhador, pois o que se precisa para o sucesso de qualquer atividade é, acima de tudo, a dedicação e a alma empregada.

Outra afirmação é de que “não temos culpa” pelo aquecimento global, “nem mesmo os Estados Unidos, o Lula, ou empresários”, mas que todos nós temos sim a “responsabilidade” pelos nossos atos, pelas nossas atitudes.

Também ironizou o fato da Ilha de Santa Catarina não haver atracadouros para receber barcos e o absurdo de terem construído uma ponte pênsil (por isso mesmo deveria ser alta) que, de tão baixa, impede a passagem de veleiros. E não contentes fizeram duas outras de concreto com o mesmo problema.


De quebra ainda foi possível um bate-papo bacana após a palestra. Foto: Fernando Albuquerque.

No final da hora e meia foi aberta a possibilidade do público realizar perguntas. Como ele disse ter problemas constantes no seu terreno em Parati, com especuladores e mesmo o Prefeito que insiste em passar ali uma rede de energia elétrica (a casa dele na baía de Jurumirim não possui eletricidade), indagamos e sugerimos que ele criasse uma RPPN, dando maior proteção na bonita área. Para nossa felicidade ele achou uma boa sugestão, citou em detalhes o trabalho do genial fotógrafo Sebastião Salgado e disse que vai pensar na possibilidade. Maravilha!


Amyr nos contou que conhece bem o trabalho desenvolvido na RPPN Fazenda Bulcão do fotógrafo Sebastião Salgado, em Aimorés, Minas Gerais. Foto: Fernando Albuquerque

Veja um resumo publicado pela ALESC:

16/08/2007- O Brasil em Debate na Assembléia Legislativa


O navegador e escritor Amyr Klink deu continuidade, na noite de ontem, ao programa Brasil em Debate na Assembléia Legislativa. Uma iniciativa do Parlamento catarinense, com apoio da Associação Catarinense de Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, a palestra sobre aquecimento global contou com o Auditório Antonieta de Barros lotado e a presença do presidente da Casa, deputado Julio Garcia (DEM), além dos deputados Renato Hinnig (PMDB) e Professor Sérgio Grando (PPS).

O palestrante iniciou sua explanação deixando claro que não é um especialista em aquecimento global, mas em projetos. “Minha atividade é planejar, construir e navegar. Este processo me levou a passar os últimos 21 anos viajando”. Apesar disso, estas duas décadas navegando fizeram dele um observador atento do meio ambiente e da natureza humana, qualidades que lhe concederam autoridade para falar sobre os caminhos que o planeta toma.

Tudo começou na cidade de Parati. Foi lá que Amyr partiu para sua caminhada e de lá iniciou a palestra desta quarta-feira. “Tenho grande carinho por Parati, cidade como poucas no Brasil. Nasceu de um projeto, coisa rara no país. Nasceu de sua vocação para porto e soube fazer uso racional das matérias disponíveis até a influência desastrosa de algumas administrações que se diziam modernas”.Mesmo com a criatividade dos fundadores de Parati colocada à prova, Amyr Klink decidiu que ali construiria uma casa adequada àquela natureza. Foi o operário de uma residência rústica que até hoje não conta com energia elétrica. “O prefeito quer passar luz elétrica pela minha propriedade, mas não há como me convencer. Sem luz e sem estrada. A forma mais fácil de se chegar lá é de barco e assim será”.


Para o experiente navegador “é importante se afastar do uso tecnológico para compreender a verdadeira necessidade das tecnologias. Muitas vezes não se compreende a simplicidade da verdade e isso nos leva a atitudes equivocadas”. Constantemente criticado por se negar a abrir seu recanto para a especulação imobiliária ou construção de resorts, Amyr destaca a importância de manter o lugar intocado, “algo muito mais valioso para o futuro”.

É nas coisas simples e em seus detalhes que o palestrante baseia muitas de suas idéias. Destacou que numa simplória canoa de pescador pode estar um cabide de informações tecnológicas e foi atento a estas pequenas coisas que solucionou problemas e venceu desafios.

O primeiro grande feito do navegador, a travessia solitária do Atlântico Sul num barco a remo, foi, segundo ele, “uma idéia equivocada, mas importante para aprender como o equilíbrio de elementos pode garantir a sobrevivência e o sucesso de uma expedição”. A falta de experiência foi fundamental para o êxito, pois tudo foi devidamente planejado.Para sua primeira experiência na Antártica a preparação levou seis anos e as dúvidas e temores da família e o tempo de duração da empreitada, inicialmente estipulada em 15 meses, fizeram com que fosse rotulado de insano. Acabou sendo uma temporada de 22 meses, sendo nove deles preso no gelo, esperando o inverno passar. “Foi uma experiência incrível. Aprender a racionalizar energia, produzir água, me manter aquecido...” Os riscos de estar sozinho numa situação extrema em lugar inóspito lhe revelaram que “o perigo está nos pequenos vícios cotidianos, em desperdícios assassinos que não nos demos conta”.


Foi nesta viagem que Amyr conheceu o inverno antártico. Preparado para os meses de escuridão se disse surpreso ao se deparar com o mar congelado. “Um lençol branco de neve refletindo a luz das estrelas. Uma luminosidade mais eficiente e agradável do que a luz solar”.Depois disso nasceu ao projeto de construir um barco para navegar especialmente na Antarctica. Uma série de inovações, algumas delas desenganadas por especialistas, fizeram nascer nele a vontade de construir seu próprio estaleiro. Hoje, este estaleiro, em Itapevi (SP), é especialista em construção de alumínio e compete em pé de igualdade com alguns dos melhores estaleiros do mundo, mesmo estando a 140 Km do mar. “Estamos longe do mar, mas numa região carente, onde existem pessoas dispostas a colocar a alma num trabalho em que acreditam”.

Construindo sua própria embarcação, Amyr Klink partiu para um desafio extremo. A volta ao mundo pelo continente Antártico. Ondas enormes, gelo, correntes despertaram mais uma vez sua paixão. “Era uma provação. Não se podia dormir mais de 45 minutos nem tirar os olhos do horizonte. Um desafio de 14 mil milhas em menos de 100 dias”. Para alcançar o objetivo seria necessário navegar 200 milhas por dia, cálculo que não contava com os icebergs de 180 km de comprimento nem com as formações ciclônicas.“Fui pretensioso e menosprezei problemas de clima. Às vezes, fazendo certo pode se estar cometendo um erro monumental. Não sei se por nossa responsabilidade ou por mudanças no ciclo da Terra, mas testemunhei ocorrências preocupantes entre minhas viagens. Não sei de quem é a culpa por isso, mas sei que é nossa responsabilidade tomar consciência e providências”.

Ondas de 80 pés, tempestades e situações gravíssimas fizeram com que ficasse até 60 horas ininterruptas no leme. Desistir passou-lhe pela mente. “Fui salvo por minha mulher. Depois de um contato por rádio ela simplesmente vendeu uma casa que tínhamos em São Paulo e contratou um serviço americano de meteorologia, capaz de fazer uma análise melhor que a minha naquelas terríveis condições. Aquilo me colocou apto a vencer mais um desafio e conseguir voltar pra casa”.


O apoio da família foi fundamental para que Amyr continuasse se impondo explorações e ultrapassando limites. Assim foi quando decidiu levar seus filhos para uma viagem de férias. O destino? Antártica. Oito adultos e cinco crianças rumo à Antártica foi “uma experiência diabólica”. Preocupações extras não lhe tiraram o ânimo e aprendeu que crianças têm um incrível talento para entender conflitos. “Superamos o profissionalismo nesta viagem. Inclusive passei a contestar o conceito de profissional. É preciso dar um pouco mais de si e elas foram capazes. Geralmente padecemos de um vício paternalista de que alguém vai resolver nossos problemas, mas elas tiveram a coragem e paciência para superar todas as barreiras”.

Para finalizar a palestra, não sem antes criticar, com humor, a inoperância náutica de Florianópolis, “que construiu duas pontes para garantir que nenhum navio passasse por aqui”, Amyr Klink lembrou que “o propósito do ser humano não é o progresso, mas o desenvolvimento. A solução para um mundo mais equilibrado cabe a nós encontrarmos”.
(Rodrigo Viegas) Fotos: Eduardo Guedes de Oliveira

Quem é Amyr Klink?

Comandante da embarcação, Amyr Klink é natural de São Paulo, filho de pai libanês e mãe sueca. Começou a freqüentar a região de Paraty (RJ) com a família quando tinha apenas dois anos de idade. Essa cidade histórica do litoral brasileiro é o lugar que o inspirou a viajar pelo mundo. Casou-se em 1996 com a Marina Bandeira, com quem tem as filhas gêmeas Tamara e Laura, nascidas em 1997 e a caçula, Marininha, nascida no ano 2000.

Desde 1965 é colecionador de canoas antigas, tendo ajudado a fundar o Museu Nacional do Mar em São Francisco do Sul (Sta. Catarina). No terreno esportivo, foi remador pelo Clube Espéria, em São Paulo, de 1974 a 1980. No ano de 1978, realizou a travessia Santos-Paraty em canoa (solitário) e em 1980 realizou de catamarã o trecho Paraty-Santos e Salvador-Santos, igualmente em catamarã durante 22 dias; Em 1982, a vela navegou o trecho Salvador - Fernando de Noronha - Guiana Francesa pesquisando correntes para o projeto seguinte: a travessia do Atlântico Sul a remo, em solitário.
Também percorreu mais de dois mil quilômetros num pequeno barco a motor na Amazônia, seguindo o curso dos rios Negro e Madeira. De moto já foi até a Patagônia e escalou a cordilheira dos Andes, percorrendo todo o território do Chile aos 19 anos.

Em 1984, o navegador realizou a primeira Travessia do Atlântico Sul a Remo em Solitário, viagem contada no livro "Cem dias entre céu e mar". Já em 1986, iniciou viagem preparatória à Antártica e Cabo Horn, a bordo do veleiro polar "Rapa Nui".

Foi em dezembro de 1989, que teve início o Projeto de Invernagem Antártica, em Solitário, a bordo do veleiro polar "Paratii", quando percorreu 27 mil milhas da Antártica ao Ártico, em 642 dias. Os livros: "Paratii - Entre dois pólos" e "As janelas do Paratii" relatam e ilustram este projeto.

Em 1992, participou do projeto Faróis do Brasil - Navegação terrestre da Costa Brasileira, em equipe com Klever Kolberg e André Azevedo. Em 1993, viajou novamente pela Costa Brasileira, desta vez pilotando um trike (asa delta motorizada).
Em janeiro de 1997, voltou para a Antártica como consultor de uma equipe de filmagem para captação de imagens de alpinistas de icebergs.Em 31 de outubro de 1998 iniciou o projeto "Antártica 360" - uma volta ao mundo pelo trecho mais difícil de ser realizada: a circunavegação em torno do continente gelado. Durante 79 dias, Amyr Klink enfrentou sozinho os mares mais temperamentais do planeta e muitos icebergs. É no livro “Mar sem Fim” que se encontra o relato desta viagem.

Em 2000, o navegador começou a desenvolver um projeto de construção de cais flutuantes adequados às condições brasileiras, para serem usados em marinas e portos de lazer. Participou do Rally Paris Dakar Cairo como navegador da equipe brasileira Troller, a bordo de um veículo 100% nacional, ficando em 6º lugar na categoria novatos.

Em 2001, o Veleiro Polar Paratii 2 ficou pronto depois de 8 anos de planejamento. Concebido no mesmo estúdio, o Bouvet-Petit, (estilo) do veleiro Seamaster (antigo Antarctica), este barco foi idealizado por ele próprio para ser uma "plataforma de trabalho". Em dezembro, Amyr Klink viajou até a Espanha com o novo barco para colocação dos dois mastros “aerorig”, produzidos em Palma de Mallorca.

Em 2002, o navegador concluiu a etapa experimental do Projeto Viagem à China, que prevê a volta ao mundo por uma rota nunca antes percorrida, no Círculo Polar Ártico. A etapa inicial do projeto foi cumprida com sucesso entre 30 de janeiro e 06 de abril. Neste período, Amyr e sua tripulação ultrapassaram o Círculo Polar Antártico, visitaram a Baía Margarida e adentraram o Mar de Bellingshausen, o extremo sul navegável da península antártica. (e de) De lá partiram para a Georgia do Sul para uma escala antes de voltar ao Brasil.

Em 2003/2004 realizou uma reedição da circunavegação polar com o Paratii 2.
Na primeira viagem, com o primeiro Paratii e em solitário, Amyr não teve oportunidade de registrar imagens.

A viagem com o Paratii 2 durou 5 meses, sendo 76 dias para completar a volta ao mundo e que rotulou o Paratii 2 como o veleiro polar mais eficiente que se tem conhecimento.

Com 5 tripulantes, foi possível documentar aquilo que só o Amyr já tinha visto, como desdobramento foi produzido um documentário e uma série de 4 episódios que terá veiculação internacional a cargo do National Geographic Channel.

Esta viagem fechou um ciclo de viagens experimentais que tinham como objetivo a aprovação de novos conceitos construtivos e a aplicação de novas técnicas em produtos de uso cotidiano, submetidos a condições extremas e produzidos com a preocupação de não agredir o meio ambiente.

Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, o navegador é diretor da Amyr Klink Planejamento e Pesquisa Ltda. e da Amyr Klink Projetos Especiais Ltda. Também foi (é) Sócio-Fundador do Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul (SC), e da Revista Horizonte Geográfico.

É membro da Royal Geographical Society e Assessor de Expedições da Revista National Geographic Brasil.

Amyr Klink também ministra palestras em seminários para empresas, escolas, universidades, instituições e associações, abordando temas como: planejamento estratégico, gerenciamento de risco, qualidade e trabalho em equipe.
Fonte: Site oficial Amyr Klink

Sequóias e Figueiras


Ricardo posa deitado aos pés da gigante Sequóia no Yosemite National Park

Meu irmão Ricardo é engenheiro agrônomo e mora a mais de cinco anos em Vancouver, Canadá. Sempre ligado nas questões sobre meio ambiente, tem se aprimorado cada vez mais e visitado regiões protegidas na América do Norte.
Nas nossas trocas de correspondências mandou essas fotos impressionantes das maiores árvores do mundo, as Séquoias Gigantes do Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia (Veja textos abaixo).

O Parque Yosemite recebe cerca de 3 milhões de visitantes a cada ano

Aqui Ricardo e sua esposa Aninha nas Montanhas Rochosas no Canadá.
E não é que nós não temos nossas "sequóias" também? Abaixo uma foto de uma linda Figueira em São Pedro de Alcântara

Chris posa aos pés "do lado menor" da imponente Figueira

O Parque Nacional de Yosemite (Yosemite National Park) é um parque nacional norte-americano localizado nas montanhas de Serra Nevada, no estado da Califórnia, nos condados de Mariposa e Tuolumne.

O parque cobre uma área de 3 081 km² (1.189 mi²) estando a sua altitude compreendida entre os 600 e os 4000 metros. O parque de Yosemite recebe a visita de cerca de 3 milhões de visitantes por ano, grande parte somente para ver o vale de Yosemite, mas no parque existem muitas outras atracções, pois é reconhecido internacionalmente pelos seus espectaculares desfiladeiros de granito, cascatas, arroios claros, bosques de sequóias gigantes e grande biodiversidade, que lhe valeram a designação de Património Mundial em 1984.

Das 7000 espécies de plantas existentes na Califórnia, cerca de metade está na Serra Nevada, e mais de 20% das espécies concentra-se em Yosemite [2]. O parque conta também com registos documentais da presença de mais de 160 plantas raras, com solos únicos e formações geológicas também elas raras que caracterizam as áreas restritas que estas plantas ocupam.

Geologicamente o parque caracteriza-se pela presença de rocha granítica e algumas rochas mais antigas. Há aproximadamente dez milhões de anos, a Serra Nevada sofreu uma elevação, tendo-se depois inclinado, o que levou a que as suas encostas ocidentais ficassem com declives ligeiros e as orientais com declives mais acentuados. A elevação resultou num aumento da inclinação dos leitos dos riachos e dos rios, resultando na formação de desfiladeiros profundos e estreitos. Há um milhão de anos, verificou-se um acumular de neve e gelo, formando glaciares nos prados alpinos mais altos, descendo depois para os vales percorridos pelos rios.
A espessura do gelo no vale de Yosemite pode ter chegado aos 1200 metros durante o início do período glaciar. O movimento de descida das massas de gelo esculpiu o vale em forma de U que tantos visitantes atrai hoje em dia.

Sequóia Gigante:
A Sequóia gigante é a maior árvore do mundo em termos de volume. Ela cresce em média 50-85 m e 5-7 m em diâmetro. A Sequóia gigante mais velha conhecida possui 3.200 anos de idade. Medidas recordes de sequóias como 115 m de altura e 8 m de diâmetro já foram reportadas. A casca da sequóia é fibrosa, com sulcos, podendo chegar a 60 cm de grossura na base do tronco.
Uma casca assim fornece uma excelente proteção contra fogo. As folhas são como as folhas dos pinheiros, com 3-6 mm, fazendo uma espiral nos brotos. As sementes vêm em cones, e cada cone têm em média 230 sementes de cor marrom-escura, cada uma com 4-5 mm de altura e 1 mm de espessura, possuindo umas "asinhas" marrom-amarelas de 1 mm. As sementes são carregadas pelo vento quando se desprendem do cone. É considerada um fóssil vivo. Tem sido plantada no Brasil para fins ornamentais e de adaptação da espécie, já que em seu lugar de origem vem sendo destruída.
Fonte: Wikipédia

Fêmeas dominam machos

As matérias abaixo mostram o que qualquer macho - com um mínimo de inteligência e sensibilidade - já sabia:

15/08/2007 - 17h51
Fêmeas dominam machos entre os mamíferos, segundo cientistas

Londres, 15 ago (EFE).- Um estudo de pesquisadores do Reino Unido e da Alemanha demonstrou que os mamíferos machos tentam impressionar as fêmeas seguindo as regras que elas próprias estipulam para selecionar seus companheiros.

Os cientistas destacam, em artigo da revista científica britânica "Nature", que os machos tentam seguir sistematicamente as ordens de suas companheiras. Eles seriam até mesmo capazes de abandonar seus clãs, se acharem que, com isto, podem agradar as fêmeas e conseguir se reproduzir.

De acordo com os pesquisadores, a regra entre as fêmeas mamíferas é evitar os machos que eram membros de seu grupo quando elas nasceram, e dar preferência aos que imigraram ao seu clã ou nasceram nele depois delas.

Os cientistas explicam que este procedimento evita que as fêmeas tenham que discernir se seu pretendente é parente próximo ou não, na hora de reproduzir.

O resultado, como afirma o artigo, é que os machos acabam realizando uma diáspora, saindo de seus clãs de origem e indo a outros para ter mais possibilidades de chamar a atenção das fêmeas.
Para fazer essas descobertas, os pesquisadores realizaram um estudo com dados demográficos das hienas da cratera de Ngorongoro, na Tanzânia. Os cientistas afirmam que o resultado desta pesquisa pode ser aplicado aos demais mamíferos que vivem em grupos.

"Ao todo, 11% dos machos começaram sua corrida reprodutiva em seu grupo natal, ao tempo que 89% se dispersaram", afirmam os especialistas. Eles dizem, ainda, que a maioria dos machos que seguiram as regras femininas preferiu um clã em que houvesse abundância de fêmeas jovens.

"Aqueles que começaram sua experiência reprodutiva em grupos com um maior número de fêmeas jovens tiveram um êxito reprodutivo mais durável que os que o fizeram em outros grupos", acrescentam.

Neste sentido, os pesquisadores afirmaram que as jovens hienas preferem machos recém-chegados a seus grupos em relação aos mais velhos no clã, que são os mais procurados pelas fêmeas mais velhas e que desfrutam de um melhor status.

"A hiena é um grande carnívoro que vive em grupos sociais ou clãs nos quais as fêmeas dominam socialmente os machos. Muitos machos se dispersam, enquanto poucas fêmeas o fazem", explicam os especialistas.



O Macaco Feminista
Entre os bonobos, ancestrais dos humanos, as fêmeas é quem mandam e sexo é uma farra
Maurício Cardoso


Imagine, leitor do sexo masculino, um mundo dominado pelas fêmeas, onde as relações sociais se dão sob o signo da conciliação e os atritos são resolvidos sem grandes confrontos. Não gostou muito? Agora imagine que lá se faça sexo o tempo todo, com todo mundo, livre e entusiasticamente. Melhorou? Esse é o planeta dos bonobos, uma subespécie de chimpanzé originária do Zaire, que vêm sendo chamados, um pouco de brincadeira, de macacos feministas.


O bonobo é um dos raros animais para quem não existe relação direta entre sexo e reprodução. Ou seja, como os humanos, eles fazem mais amor do que filhos. Ao contrário da maioria dos primatas, a sociedade dos bonobos é dominada pelas fêmeas e não pelos machos.

Os estudiosos perceberam apenas em 1928 que os bonobos formavam uma família diferente dentro da espécie dos chimpanzés, com um comportamento muito peculiar, em que o sexo está em primeiro lugar, funcionando como substituto da agressividade. Agora, o antropólogo Richard Wrangham e o jornalista Dale Peterson escreveram o livro Demoniac Males ("Machos Demoníacos"), no qual discutem semelhanças e diferenças entre chimpanzés, bonobos e seus primos mais evoluídos, os humanos.

Papel dominante - A exemplo dos chimpanzés, os bonobos têm perfil genético 98% similar ao dos humanos e origem comum. Há 8 milhões de anos, todos eles ocupavam o mesmo galho da árvore genealógica das espécies. A característica peculiar dos bonobos é o papel relativamente dominante das fêmeas -são elas, por exemplo, que costumam comer primeiro. "Entre os chimpanzés, as fêmeas estão subordinadas aos machos", explica Wrangham. "Entre os bonobos, os machos dominam apenas as fêmeas que ocupam posição inferior. Mas as fêmeas também dominam os machos inferiores".

Uma das explicações para isso é que, entre os bonobos, os vínculos mais duráveis se estabelecem entre as fêmeas, que passam grande parte do tempo em atividades "sociais" ou em brincadeiras sexuais. Wrangham acredita que essa organização social é resultado do tipo de alimentação desses macacos, que se adaptaram a comer frutos e pequenos animais, como os chimpanzés, além de folhas e raízes, como os gorilas. A facilidade de obter alimentos desestimulou o desenvolvimento da agressividade dos machos, mas incentivou as alianças entre as fêmeas.

Essas alianças acabam resultando em mais poder para quem as estabelece. Assim, quando um macho transgride alguma regra do bando, as fêmeas se unem para enquadrá-lo.

Agente conciliador - É no campo sexual que os bonobos se revelam muito criativos. "O sexo é a chave da vida social dos bonobos", garante Frans de Waal, professor da Universidade Emory, nos Estados Unidos, que pesquisou a agressividade dos primatas. Waal constatou que espécies ligadas por vínculos pessoais muito fortes e com conflitos em potencial precisam de mecanismos de reconciliação. Para os bonobos, é o sexo que funciona como instrumento de compensação da agressividade e faz o papel de agente reconciliador.

Isso é possível porque, ao contrário da maioria das fêmeas de outras espécies, que só são receptivas ao sexo no período fértil, as fêmeas bonobos são atrativas e ativas sexualmente durante quase todo o tempo. Além de intensa atividade sexual com seus parceiros, em que tomam a iniciativa, elas simulam relações com outras fêmeas -é justamente através do sexo que estabelecem as alianças entre si. Os machos também particam essa espécie de homosexualismo light. As atividades eróticas dos bonobos compreendem ainda sexo oral, masturbação mútua e beijos de língua. Não é difícil adivinhar que os bonobos continuarão a ser intensamente estudados.
Fonte: Veja, ano 29, número 42, 16 de outubro de 1996, página 57.

domingo, 12 de agosto de 2007

Vidal Ramos e a Votorantim.


Uma coisa é certa: o município de Vidal Ramos irá mudar e muito! E para sempre! Foto: Daniel Conzi - DC

Vidal Ramos é uma pequena e pacata cidade de seis mil habitantes. Nascedouro do rio Itajaí-Mirim, que ao juntar-se com o rio Itajaí-Açu na cidade de Itajaí, forma o rio Itajaí, do importante porto fluvial. O principal município banhado pelo rio Itajaí Mirim é Brusque e ele ainda fornece água para a importante cidade de Itajaí.



A história da cidade de Vidal Ramos remonta a década de 1920, conta que os colonizadores foram atraídos para a região pela abundância de caça e pesca, além das terras férteis.
De colonização alemã e italiana, Vidal Ramos caracteriza-se pela bela arquitetura das casas, em estilo enxaimel, por suas inúmeras belezas naturais e por sediar a Doce Festa, realizada todo mês de maio e que atrai muitos visitantes pelos seus doces caseiros, como geléias, compotas de frutas, biscoitos, tortas e outras delícias. A cidade possui diversas confeitarias, herança deixada pelos colonizadores alemães. Outra atrativo é o Centro Cultural e Ecológico, que abriga uma grande floresta nativa preservada. A rede hoteleira da cidade ainda é tímida, mas há outras opções de hospedagem na cidade, além de restaurantes, campings e uma pequena estrutura de comércio e serviços.

Quem quiser conhecer Vidal Ramos do jeitinho que ela é, vai ter que se apressar. Imagem: WEB

Cidades com as características da simpática e bucólica Vidal Ramos costumam parecer ter uma outra dimensão do tempo, onde os acontecimentos são mais cadenciados, lentos, tranqüilos. A edificação mais alta da cidade é a Igreja Matriz, com sua torre que não passa de 12 metros de altura. Mas parece que tudo está prestes a mudar. E para sempre!


O presidente da Votorantim Antonio Ermírio de Moraes e o Governador de Santa Catarina LHS. Imagem: WEB

O Grupo Votorantim, conglomerado que atua nos mercados de cimento e concreto, mineração, metalurgia (alumínio, zinco, níquel e aço), celulose e papel, suco de laranja concentrado, especialidades químicas, geração de energia elétrica, setor financeiro com o Banco Votorantim, empresas de biotecnologia e tecnologia de informação, com receita líquida de 29 bilhões de reais em 2006 e que personifica o lado mais cruel do mundo capitalista e chamado globalizado, resolveu fincar pé na região catarinense, começando com uma fábrica de cimento em Vidal Ramos e uma usina em uma cidade do litoral.
O “investimento” será na casa de 400 milhões de reais, sendo 360 milhões em Vidal Ramos. Este valor, só para efeito de comparação, é sete vezes maior que o PIB do município!



Placas de "Entrada Proibida" já estão colocadas nas beiradas das estradas rurais da cidade. Imagem: WEB

A área das jazidas de calcário totalizam nada mais, nada menos que 1798 hectares – já compradas pela empresa - e estimativas para exploração por pelo menos um século. A região já está repleta de placas de “entrada proibida” identificando as posses da Votorantim. Os nomes dos locais já contam por si próprio a qualidade ambiental da região: Cinema, Rio dos Bugres (O local era repleto de aldeias indígenas), Ribeirão do Macaco, Piava, Chapadão do Tigre e Salseiro, onde ficará a fábrica. Enquanto a fábrica não é implantada as instalações foram locadas para uma empresa explorar e comercializar brita.


O agricultor Miguel Weber terá que deixar sua casa para a instalação da fábrica da Votorantim. Foto: Daniel Conzi - DC

Os Jornais do Estado estão divulgando que a população da região está “eufórica” com as novidades e que serão gerados 600 empregos. Enquanto isso as desapropriações já causam preocupação aos moradores e a especulação imobiliária já está a todo vapor. O Prefeito da cidade, Nabor José Schmitz já declarou que tem interesse em “doar” a Votorantim o Parque da Doce Festa, o cartão de visitas da cidade, uma área de 76 hectares. Em contrapartida a empresa construirá um novo parque, em uma área “mais perto do centro” e “protegerá o principal manancial da cidade”.
Algumas jazidas foram encontradas em perfurações de mais de 800 metros de profundidade. A estimativa é que cerca de 178 caminhões para 40 toneladas estarão circulando todos os dias na cidade. A expectativa é que sejam criados mais hotéis, bancos, construções, enfim, tudo que o decantado “progresso” e “desenvolvimento” trás para os crédulos no modelo econômico vigente no planeta e que nos levou ao caos ambiental e social em que vivemos!


Veja artigo sobre o Presidente do Grupo Votorantim Antonio Ermírio de Moraes, dono de uma fortuna pessoal estimada em 5 bilhões de dólares, o que o torna uma das pessoas mais ricas do mundo e sua relação nada amigável com o meio ambiente: www.pitacosdalontra.blogspot.com

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Impressões da natureza









Imagens: Armadilha fotográfia

Irara (Eira bárbara)
Descrição: A irara tem corpo alongado, cabeça larga com orelhas pequenas e arredondadas, pescoço longo e o focinho é curto possuindo longas cerdas, como se fosse um bigode. Os membros traseiros e dianteiros são curtos com os pés e mãos tendo unhas grandes e fortes. Cauda longa. Os pêlos do corpo são curtos e grossos. Há muita variação quanto a coloração tratando-se de populações ocorrentes em áreas geográficas diferentes. De um modo geral, a cabeça e nuca são cinza-amarelados; na região do peito apresenta uma mancha branco-amarelada e o resto do corpo é mais escuro, com a cauda e extremidades dos membros, pretos. Atinge um comprimento total de 92 cm a 1,17 m. Pesa de 3 a 7 kg. Como o furão, também possui glândula odorífera que exala um cheiro muito desagradável. O filhote ao nascer é inteiramente preto; às vezes apresenta mancha esbranquiçada no peito.
Habitat: Animal típico de regiões florestadas (primárias e secundárias).
Reprodução: A maturidade sexual é atingida aos 2 anos de idade. O período de gestação varia entre 63 e 68 dias. Geralmente a fêmea tem de 2 a 4 filhotes por parto.
Distribuição Geográfica: Todo o Brasil. Encontrada também na ilha Trindade (costa do estado do Espírito Santo). Do sul do México até a Argentina; não ocorre no Chile e Uruguai.Observações: Apesar de ter hábitos diurnos e noturnos, são nas horas crepusculares que se encontra mais ativa. Alimenta-se de médios e pequenos animais, como roedores, marsupiais, aves e insetos. Come também ovos e frutas, apreciando a banana. Gosta muito de mel, fato este que faz receber o nome vulgar de “papa-mel”. O termo “irara” vem do tupi “irá = mel + rá = tomar”. Por atacar caixas de abelha e galinheiros é bastante perseguida. Corre e nada bem. Ao ser importunada, desloca-se por entre a vegetação, ou sobe nas árvores pulando de galho em galho por longas distâncias. Quase sempre solitária, mas pode andar aos pares ou em pequenos grupos familiares. Constrói ninhos em buracos de árvores ou procura abrigo em tocas de outros animais.

Foto: Arquivo pessoal
Aqui uma mostra da habilidade da Irara, num flagrante em cima de uma árvore em Angelina.

Fonte: Mamíferos de Santa Catarina - Ana Verônica Cimardi.