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domingo, 29 de junho de 2008

RPPN RIO DAS LONTRAS NO VIVA A MATA 2008


A RPPN Rio das Lontras esteve presente no Viva a Mata 2008, realizado na marquise do Parque Ibirapuera em São Paulo. Quem gentilmente nos representou foi a bióloga Fabiana Dallacorte, de Blumenau.

Foi a quarta edição do evento que reuniu cerca de 75 mil pessoas durante os três dias de atividades – de 30 de maio a 1 de junho. Das quatro edições estivemos presentes nas duas últimas.


Crianças participaram de oficinas de confecção de brinquedos com material reciclável, assistiram a peças de teatro com temas ambientais e aprenderam mais sobre Meio Ambiente em clima de diversão. Também estiveram presentes dezenas de voluntários, ambientalistas, representantes do poder público e privado, freqüentadores do parque, além de artistas simpatizantes de causas ambientais como Wanessa Camargo, a cantora Tetê Espíndola e Fauzi Beydoun, vocalista da Tribo de Jah. Mais de 100 organizações e empresas participaram da mostra de iniciativas e projetos, divididas em estandes temáticos e institucionais. A ONG Pueras, responsável pela gestão dos resíduos desde a montagem até a desmontagem do evento, coletou 1,745 tonelada de materiais, que foram destinados para a Cooperativa Viva Bem, da Central da Vila Leopoldina. A mostra no Parque Ibirapuera encerrou o calendário de comemorações pelo Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio). A programação incluiu também exposição fotográfica na estação Trianon-Masp do Metrô de São Paulo; divulgação de projetos e produtos da ONG no Shopping Boa Vista; ação de conscientização em parceria com o Sesc Rio promovida na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro; divulgação dos novos dados do Atlas da Mata Atlântica; e encontro com a Frente Parlamentar Ambientalista, em Brasília.



O Viva a Mata 2008 teve o patrocínio do banco Bradesco, apoio da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, da Gol Linhas Aéreas, da Rede Globo e da Folha de São Paulo.

Durante os dias do evento Fabiana pode compartilhar debates sobre a conservação da Mata Atlântica e das atividades culturais, como peças de teatro em uma arena montada no meio do evento. As pessoas que estavam expondo suas atividades e as que estavam visitando as instalações do Viva Mata puderam acompanhar a Fanfarra da Fundação Bradesco, Performance Dragão do consumo, o Homem saco que divertiu a todos, Coral Guarani, as peças “Liberdade”, com a Escola Estadual Eloi Lacerda, “Mágico de Oz na Mata Atlântica” e “Vamos passear na floresta enquanto o seu homem não vem”.

Fabio Feldman e Soninha num bate-papo ecológico.

Nas atividades voltadas a promoção da saúde a academia Ecofit realizou atividades de alongamento, Yoga e Tai-chi-chuan.
Houve também oficinas interessantes e produtivas como a Vivência na Mata, Oficina “Como plantar” e distribuição de mudas de palmito-juçara, “Salve com um abraço – cooperando com os muriquis” e confecção de brinquedos com materiais recicláveis. Foi bonito ver a criançada, das escolas e no final de semana com sua família, expondo os seus brinquedos feitos durante as oficinas.
Patrícia Palumbo entrevistou Wanessa Camargo , Oscar Bressane , Dorin e Beto von Poser. No domingo entrevistou Fauzi (Tribo de Jah) e Tetê Espíndola.


O "Homem-saco" é uma idéia de um catarinense em mostrar o problema da poluição ocasionada pelo consumo desenfreado.

Fabiana conta que no espaço muito bem organizado do estande das Reservas Privadas a RPPN Rio das Lontras esteve presente e ali foi exposto os painéis que relatam as atividades que realizamos na conservação da Mata Atlântica: “Pessoas olharam impressionadas para as fotos da RPPN tiradas com armadilhas fotográficas e se interessaram em conhecer os blogs”.

E ainda comenta: “Neste mesmo espaço conheci donos de RPPN muito aplicados e interessados em aprender cada vez mais em conhecer a natureza de suas terras. Pessoas aplicadas que buscam financiamentos e aplicam seus conhecimentos de tecnologias limpas com utilização de placas solares e energia eólica em suas propriedades. Ou donos de RPPN que sabem o valor que o ecoturismo tem para a educação das crianças e dos jovens. Gente que em muitas situações, em que foi discutido o valor das RPPN para a conservação deste Bioma tão ameaçado, foram alvos de palmas e agradecimentos de todos”.


Clayton Lino, da RBMA fala na entrega do Prêmio Muriqui.

As Unidades de Conservação estavam no centro das discussões pela sua importância para os corredores ecológicos e o seu incondicional valor para a conservação da Mata Atlântica. Aline Tristão do Instituto de Florestas de Minas Gerais mostrou o excelente trabalho realizado para a implementação das UC deste estado, e para a regularização fundiária, um ótimo exemplo a ser seguido.

Segundo ela, o Prêmio Muriqui foi justo e revelou a Mata Atlântica preservada e as pessoas que querem ver ela tão bonita quanto já foi no passado. Ao Paulo Nogueira Neto todas as glórias por seus feitos ambientalistas o Prêmio Especial da RBMA (Reserva da Biosfera da Mata Atlântica).

Nascido em 1922, Paulo Nogueira Neto formou-se em História Natural pela USP em 1959. Desde esta época tornou-se um dos mais importantes ambientalistas do país, reconhecido internacionalmente. Sua estréia como militante foi na defesa da Mata Atlântica, na Região do Pontal do Paranapanema quando fundou em 1953 uma das primeiras ONG ambientais do país, a Associação de Defesa da Flora e Fauna, ADEMA-SP. Também foi um dos fundadores do Departamento de Ecologia Geral do Instituto de Biociências da USP. Em 1974, Paulo Nogueira-Neto recebeu o convite para dirigir a Secretaria Especial do Meio Ambiente do Governo Federal, onde permaneceu por 12 anos. Durante sua gestão foram estabelecidos 3,2 milhões de hectares, em 26 Unidades de Conservação de Proteção integral e as bases da política ambiental brasileira. Atualmente, preside a Fundação Florestal de São Paulo e é a principal referência para as questões ambientais do país.


Estande das Reservas Privadas mostra um pouco do trabalho nas RPPNs.

“Seu Toinho” é pescador artesanal com 75 anos e 54 desses dedicados à pesca. É vice-presidente da Federação de Pescadores de Alagoas e membro da MONAPE - Movimento Nacional dos Pescadores. Mora em Penedo, no Baixo São Francisco e é um grande lutador na defesa do rio, dos animais e dos ecossistemas da região. Traduz esse conhecimento em sábias e populares narrativas onde se mesclam ecologia e espiritualidade. Recebeu o Prêmio Muriqui na categoria personalidade.

E na categoria Instituição a ONG Ação Nascente Maquine, a ANAMA, recebeu o Prêmio Muriqui por seus feitos pela conservação da Mata Atlântica. Esta ONG desenvolve seu trabalho articulando diversos atores locais, regionais, estaduais e nacionais, exercendo o papel de mediadora em diversos fóruns ambientais. Esta atuação busca o reconhecimento de ações pela sociedade para a ampliação dos esforços, a proteção de zonas núcleos, a geração e a difusão de conhecimentos e técnicas, a repartição dos benefícios da biodiversidade pelas comunidades do entorno, auxiliando a sustentabilidade regional.

Segundo a RBMA, o Prêmio Muriqui tem o objetivo de incentivar ações que contribuam para a implantação desta Reserva, que foi reconhecida pelo Programa MaB - Man and Biosphere da UNESCO em 1991, por solicitação do governo brasileiro.


Fabiana (terceira da esquerda para a direita) ao lado da Erika Guimarães da Aliança Para Conservação da Mata Atlântica e outros participantes do Viva a Mata 2008.

Fotos: Fabiana Dallacorte.