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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Palestra com Ricardo Noblat



















“Os conservadores que me desculpem, mas ser “blogueiro” hoje em dia é fundamental” - Ricardo Noblat



















Noblat deu boas dicas para Fernandinha escrever seu blog



















E disse que vai divulgar nossos blogs




















Noblat mostrou dados muito interessantes relacionados aos blogs e os apontou como uma nova tendência na divulgação das informações e opiniões





















"O blog é democrático, não tem fronteiras, todos podemos ter um, ou participar de muitos, não tem um chato dizendo quantos toques tem o limite do texto e, o que é melhor, não tem manual de redação"




















“Só espero que os jornalistas sejam menos arrogantes. O médico pensa que é Deus e o jornalista tem certeza que é”

A palestra “Jornalismo On-Line: O fenômeno dos Blogs” feita pelo jornalista Ricardo Noblat e realizada pelo “Programa Brasil em Debate” da Assembléia Legislativa de Santa Catarina foi mais uma prova da importância desse tipo de evento aberto ao público e que rende uma bela atividade cultural, digna de ser copiada Brasil afora.

Leiam abaixo matéria produzida pela ALESC:



















18/10/2007- Ricardo Noblat faz previsões e mostra o jornalismo on-line

Os conservadores que me desculpem, mas ser “blogueiro” hoje em dia é fundamental. O blog é democrático, não tem fronteiras, todos podemos ter um, ou participar de muitos, não tem um chato dizendo quantos toques tem o limite do texto e, o que é melhor, não tem manual de redação. Mas ainda é um espaço relativamente novo e está se formatando, naturalmente. Para falar desse novo jeito de fazer comunicação – e até literatura – a Assembléia Legislativa trouxe a Florianópolis um dos mais famosos blogueiros da atualidade, o jornalista Ricardo Noblat.

Com idéia fixa em Luana, a neta que vai nascer em janeiro, Noblat começa mostrando para a platéia que lotou o Auditório Antonieta de Barros a ultra-sonografia do bebê aos seis meses de gestação. Uma futura e irrequieta blogueira e, pelo andar da carruagem, leitora contumaz de notícias em sites e blogs. Isso porque, segundo o jornalista, nossas fontes de informação estão mudando bastante, saindo do jornal papel para ingressar na multiplicidade tecnológica: rádio, TV e jornal num lugar só, na internet. E interativos.

As fontes de informação hoje são mais fáceis e instantâneas. Há mais oferta dessas informações e o jovem, que está lendo cada vez menos o jornal impresso, é “interneteiro” e, mais ainda, blogueiro.Os números resultantes de pesquisas já nos mostram isso. Exemplos dados por Noblat não deixam dúvidas para onde caminha o jornalismo, a comunicação. O telefone levou 74 anos para chegar a 1 milhão de usuários, para o rádio foram 38 anos e para a televisão, 22 anos. Na era do computador, ele próprio percorreu 16 anos para arrebanhar 1 milhão de usuários e foi batido depois pelo celular (cinco anos) e pela internet (quatro anos).




















Mas a mais expressiva constatação fica com o Skype, que, via internet, permite comunicação de voz e vídeo de forma gratuita: angariou 1 milhão de usuários em apenas 22 meses de lançamento do software. Todos esses dados, e muitos outros foram detalhados pelo jornalista para comprovar que o crescimento da Internet é irreversível e que o uso de novas tecnologias é espantoso, incluindo aqui os blogs, já que todas as pessoas podem criar um.

No Brasil, diz ele, já é considerável o aumento do número de computadores, apesar de tantas discrepâncias de poder aquisitivo – “e o computador continua inacessível para muitos”. De 2002 a 2007, nosso país superou 35 países na quantidade de Personal Computers (PCs), inclusive os Estados Unidos.



















Nova Mídia

Uma idéia boa do futuro da comunicação já é expressada pelo acesso de 30 milhões de pessoas por dia ao jornal on-line Ohmynews International, criado pelo sul-coreano Oh Yeon Ho, que pratica o “jornalismo cidadão” e está sendo chamado de “Nova Mídia”. Segundo Noblat, surge um novo conceito de notícia, que passa a ser um produto de troca entre cidadãos. Agora eles têm a oportunidade de escrever, comentar, contestar, corrigir e acrescentar notícias e informações.
Quanto a isso, ele fez um alerta aos jornalistas e, principalmente, aos estudantes de jornalismo que lotaram o auditório: “Fiquem atentos porque o que estamos presenciando é a multiplicidade e vocês precisam ser tudo isso”.

Com relação ao blog, Noblat lembra que as características do jornalismo inserido nele são variadas e inovadoras. A linguagem em um blog é renovada, ainda não inventaram – graças a Deus – um manual de redação para ele e espero que nunca inventem. A pessoa pode escrever do jeito que quiser e isso é uma das coisas que tornam os blogs atraentes. “Apenas mantenho no meu blog um moderador, para fazer uma triagem e não publicar abusos”, diz o jornalista.

O blog também atrai porque reúne jornal, rádio e TV. E o futuro “é a convergência de mídias”. Jornalistas são minoria entre os blogueiros, que acessam, não em busca de notícias, mas com outros interesses. Além disso, existe a simplicidade deste meio de comunicação, a sua velocidade (“ninguém consegue tanta rapidez”), é um trabalho solidário, de prestação de serviços e ainda pode ser analisado como um jornalismo de grife.


Mesmo com todas essas possibilidades, Ricardo Noblat não acredita que no futuro os jornalistas sejam relegados a um segundo plano ou que a tendência seja a redução gradativa. Ele defende que sempre haverá a necessidade de investigar a informação e a notícia e isso quem poderá fazer bem feito ainda será o jornalista, o profissional da Comunicação Social. “Só espero que os jornalistas sejam menos arrogantes. O médico pensa que é Deus e o jornalista tem certeza que é”, filosofou.


























Algumas críticas:

Além dessa crítica, que a platéia aplaudiu, Noblat lembrou outra atitude que deve ser mudada. Em todo o país a notícia, nos últimos anos, passou a ser “estatizada”. Não temos mais o jornalismo investigativo e nem repórteres para cobertura dos mais variados setores. A notícia se baseia nos releases das assessorias de imprensa dos poderes constituídos.

Noblat exemplifica: “Se em Brasília resolverem parar as assessorias do Senado, da Câmara dos Deputados e do Poder Judiciário, vai ter jornal reduzindo páginas por não ter matéria para colocar. E isso precisa mudar. Acontece em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Santa Catarina e nos demais estados”.

Depois da palestra sobre o jornalismo on-line, que foi transmitida ao vivo pela TVAL, Ricardo Noblat respondeu a perguntas da platéia. Entre as mais diversas indagações, algumas se destacaram, mas a maioria delas referiu-se a essa nova comunicação que está surgindo.
Interessados em montar blogs, estudantes de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá perguntaram como se faz para tornar um blog conhecido, como é o caso do Blog do Noblat. “Tem que ser no boca a boca, um falando para o outro”, respondeu o jornalista. Sobre a necessidade de adaptação de blogs às dificuldades dos deficientes visuais, ele foi sincero ao revelar que nunca pensou sobre isso para o seu blog, mas lembrou de alguns que já são basicamente sonoros, como é o caso do Blog do Moreno e tantos outros que já são conhecidos.



















Realização AL

A palestra de Ricardo Noblat, responsável pelo blog criado em 2004 e que hoje é um dos mais conceituados do país na área do jornalismo – www.noblat.com.br. –, integra o programa “O Brasil em Debate”, realizado pela Assembléia Legislativa. Além do Parlamento catarinense, tem o apoio da Casa do Jornalista e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina.

Autor de livros na área de jornalismo, o palestrante é formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Foi repórter dos jornais Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio, Jornal do Brasil e da revista Veja, chefiou a sucursal de Salvador da revista e foi seu editor-assistente em São Paulo.
Em Brasília, atuou como chefe de redação e editor regional do Jornal do Brasil, assinando também a coluna Coisas da Política. Chefiou a sucursal da revista Isto É, na Capital Federal, dirigiu a redação do Correio Brasiliense e foi repórter da sucursal Rede Globo. Em Salvador, chefiou a redação do Jornal da Tarde.

Ricardo Noblat foi recebido pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Julio Garcia, que assistiu atentamente à palestra junto com os jornalistas Moacir Pereira, Cláudio Prisco Paraíso, Ademir Arnon, atual presidente da Casa do Jornalista, e o professor Billy Culleton, do Curso de Jornalismo da Unisul. (Verlaine Silveira/Divulgação Alesc)

Fotos ALESC: Eduardo Guedes de Oliveira