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terça-feira, 16 de outubro de 2007

Dica de trilha


Tenho amigos de infância que mantenho contato até hoje. Alguns conheci antes mesmo de entrar na escola. Edarge é um deles. Crescemos na mesma cidade, estudamos juntos, nossas famílias se conheciam, jogamos bola e mantemos contato até hoje.

Engenheiro Agrônomo, casado e pai de uma linda menina, logo-logo vai ter sua própria RPPN, tão logo arrume a documentação necessária para transformar parte da fazenda da família em Reserva Particular. Vai ser – provavelmente - a primeira de Pindamonhangaba, SP, cidade onde crescemos e onde mora até hoje.

Sempre ligado nas questões ambientais, nos contou um belo “treking” que fez numa linda trilha entre Natividade da Serra e Ubatuba e que vale registro.


A aventura começou as 7 horas em Taubaté, onde uma van os levou até o bairro Vargem Grande em Natividade da Serra. Uma parada estratégica em um barzinho para um lanche e por volta das 8h30 a caminhada começou.

São 18 km - que ele contou parecer 180! – e desce a magnífica Serra do Mar em direção ao litoral, sendo a maior parte dela em mata fechada, tanto que é praticamente impossível pegar o sinal do GPS quase que o tempo todo.


Relatos interessantes da aventura:

“Durante a trilha a quantidade de bromélias, orquídeas, musgos, fungos, cipós, e árvores gigantescas é bastante grande. Também haviam trechos de rios, principalmente na face Sul da Serra do Mar (vertente para o oceano)”.





“Num dos pontos culminantes da serra existe um trecho bem grande de vegetação tipo savana, um ponto mais seco e completamente diferente da mata em que estávamos: a diversidade de espécie é muito menor que na Floresta Ombrófila Densa, as árvores são pequenas e retorcidas. O solo (como era de se esperar) também é diferente, mais arenoso e mais seco. Confesso que me surpreendi ao encontrar esse tipo de vegetação logo lá, em plena Mata Atlântica”.

“Quando se chega no alto da serra e começa a descida para o litoral, se tem uma vista deslumbrante do Oceano Atlântico, o que torna obrigatório algumas paradas para admirar o cenário e registrar algumas fotos, afinal, pouca gente tem acesso àquele ponto em que estávamos”.



“Infelizmente não foi avistado nenhum mamífero ou réptil, apenas aves. Segundo o guia (que é da região) o local é freqüentado por caçadores, pois o acesso é difícil para fiscalização. Inclusive, a parada para o almoço foi realizada em um local provavelmente utilizado por caçadores (tinha resto de fogueira)”.


E arremata: "Nossa chegada foi à noitinha no bairro da Marandura (na praia). Fernando, eu nunca tomei uma cerveja com tanto gosto...rs!"


São 9 (nove) horas de trilha com poucas paradas. Edarge conta que ficou muito cansado e que durante uma semana ficou com dores musculares nas pernas. E comenta que para se fazer essa trilha tem que ter bom preparo físico e joelhos resistentes.

Serviço:
Ana Paula Cruz, da “Guia de Ecoturismo” de Taubaté (guiadeecoturismo@terra.com.br), que também atua em raftings e trilhas em diversos lugares na região do Vale do Paraíba, Sul de Minas Gerais, Itatiaia (RJ) e litoral sul do Rio de Janeiro. Vale a pena dar uma olhada no endereço: http://www.paulabca.multiply.com/