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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O versátil Mário Motta


Segunda-feira estive na reunião mensal do Conselho do Leitor do Jornal Hora de Santa Catarina. Antes tivemos uma bela palestra com o colunista Mário Motta. O apresentador do Jornal do Almoço contou sua trajetória profissional e esbanjou simpatia, mostrando que a razão de seu sucesso é uma mistura de competência, dedicação, ética e amor ao trabalho. Respondeu com paciência todas as perguntas dos Conselheiros nas mais de duas horas do prazeroso bate-papo.

Mário nasceu em Santo André, SP, em 1952. Seus pais tinham trabalhado em rádios, mas resolveram vender tudo e compraram um Circo Teatro, o que fez seus estudos serem em diversas escolas de várias cidades, conforme a trupe viajava. Teve uma experiência interessante com cinema trabalhando quando garoto no filme Maria 38 (Veja abaixo). Mas em 1965 eles venderam o Circo para que Mário pudesse seguir como estudante. Estabeleceram-se em Tupã, no interior do estado de São Paulo. Lá Mário se formou em Educação Física, na primeira turma da Faculdade. Desenvolveu trabalho com Ginástica Artística. Na mesma época começos sua carreira em rádios e jornais da cidade.

Sabendo que Santa Catarina tinha um bom campo de trabalho na área de Educação, se mudou para a cidade de Lages. Continuou trabalhando tanto na área de educação como no jornalismo. Assim chegou na TV Planalto. Se mudou em 1986 para Florianópolis, onde assumiu a Chefia do Serviço Pedagógico da Educação Física na Secretaria de Estado da Educação e do Desporto em Florianópolis. Logo foi contratado pela RBS TV, retransmissora da TV Globo em SC, onde desde então é âncora do Jornal do Almoço e do programa Notícia da Manhã na Rádio CBN Diário. Aliás, a primeira manchete que ele narrou como apresentador no Jornal do Almoço em 05 de maio de 1986 foi um tanto emblemática: a notícia que o primeiro número do Jornal Diário Catarinense estava nas bancas. Jornal esse que é atualmente o mais importante do estado.


Ele sempre se despede dos telespectadores com uma frase que virou um bordão: "Vamos fazer uma boa tarde?"

Perguntei se ele tem intenção de também ter um blog. Ele não descarta a idéia, apesar de já atuar como colunista diário, radialista e apresentador. Mas é um internauta experiente e nos contou uma hilariante história de quando adquiriu seu primeiro computador, em 1995: Um então poderoso IBM que demorou alguns dias para ser entregue por técnicos uniformizados, carregando uma enorme e pesada quantidade de equipamentos, dezenas de disquetes para instalação e uma bíblia de manual de instrução.

Também indaguei se o fato de não ser formado em jornalismo causou algum desconforto no meio. Ele suspirou e respondeu longamente sobre o assunto, discorreu sobre ética, profissionalismo e competência. Mas a própria forma de responder as perguntas já era uma resposta em si sobre o assunto. Mário Motta parece ter nascido jornalista e comunicador. E ele faz questão de realçar a importância dos pais no processo de aprendizagem e formação do cidadão.

Mas foi curioso saber que ele, além de também ser do interior de São Paulo, é formado em Educação Física e tem vínculos com o Vale do Paraíba, mais precisamente com a cidade de Cruzeiro, cidade natal de sua mãe.
Parece ser um verdadeiro “workaholic”, mas provavelmente não. Talvez seja “apenas” um caso de profissional na melhor concepção da palavra e de amor ao que faz. Talvez ele tenha se formado como Educador apenas para refinar um pouco mais a sua natural capacidade de comunicação. Parabéns Mário Motta! Santa Catarina fez muito bem a você, mas com certeza a recíproca é mais que verdadeira.


Maria 38 é um filme brasileiro de 1960, dirigido por Watson Macedo. Produção carioca do gênero chanchada tem como protagonista a atriz Eliana Macedo, uma das principais estrelas de cinema brasileiro da época, conhecida também por ser cantora e imitar com perfeição os trejeitos de Carmen Miranda.

O elenco, além de Eliana Macedo como Maria, contou com John Herbert , Afonso Stuart, Herval Rossano, Zilka Salaberry, Roberto Duval, Augusto César Vanucci e Francisco Dantas. Além de “Marinho”, como é dado o crédito ao então menino Mário Motta.

Maria 38, como é chamada por seus companheiros, é uma jovem que, pelas circunstâncias, torna-se uma famosa vigarista da Lapa. Sempre envolvida com malandros, Maria toma parte no rapto de um menino de sete anos, infiltrando-se na casa como babá do garoto. A partir daí, tem início uma série de desencontros, incluindo o arrependimento de Maria que, no final, faz de tudo para salvar o garoto. É justamente na delegacia, sendo interrogada pelo seu crime, que o guarda Chico se apaixona pela moça e acompanha seus passos, até que Maria 38 abandona a vida de vigarista.

Aqui "Marinho" contracena com a atriz Eliana Macedo, em sua experiência no mundo cinematográfico.