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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Merck quer criar uma RPPN



Araponga ameaçada é encontrada em Ribamar

SÃO LUÍS - O Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) encontrou, no Sítio Aguahy, de propriedade da empresa Merck, no município de São José de Ribamar, mais uma espécie de animal silvestre da lista nacional de ameaça de extinção. É a araponga de barbela, ave conhecida como ferreiro.
Esta é a quarta espécie da lista nacional de animais ameaçados de extinção encontrada no sítio. Também já foram encontrados jaguatirica, gato maracajá e gato do mato pequeno. A observação da araponga de barbela (procnias averano) foi feita há três semanas. A ave costuma ser encontrada em mata ciliar ou de galeria, próximo de áreas úmidas. “Esta ave é encontrada mais ao norte do Estado. Não tínhamos ainda observado na Ilha de São Luís”, diz o analista ambiental do Cetas, Roberto Rodrigues Veloso Júnior.
Com 400 hectares, o Sítio Aguahy é uma Área de Soltura e Monitoramento de Animais Silvestres (Asas). O trabalho de soltura é realizado pelo Cetas há quase três anos. Mais de 350 animais (entre apreendidos, capturados ou entregues pela população) já foram soltos na área, uma das poucas conservadas dentro da Ilha de São Luís.
Pesquisadores
Cerca de 90% do Sítio Aguahy é constituído de mata nativa. A área, que já foi centro de experiências da empresa com espécies de jaborandi e fava d´anta, atende, atualmente, à demanda de pesquisadores das universidades Estadual e Federal do Maranhão (Uema e Ufma) e instituições de pesquisa do Maranhão.
Dentro do Sítio Aguahy, encontra-se a praia do Aguahy, um verdadeiro paraíso ecológico, onde pode ser vista uma bela revoada de guarás e de maçaricos que procuram o local em busca de alimentos. Existe ainda cerca de 150 hectares de mangue onde ocorre a presença de peixe-boi marinho, um dos mamíferos mais ameaçados de extinção.
Floresta nativa conservada, apicum (área de transição entre o mangue e a floresta), praia, falésias (paredões de pedra), babaçuais, manguezal e outras espécies físicas da natureza estão dentro do sítio. “São poucas as áreas dentro da Ilha de São Luís com tanta diversidade de espécies físicas”, observa o professor de Direito Agrário e Ambiental do Uniceuma, Antônio Pio de Carvalho.
A Merck, presente há cerca de 40 anos no Maranhão, busca transformar o Sítio Aguahy em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com o objetivo de assegurar a preservação da área dentro da Ilha de São Luís. “Temos consciência da importância da preservação ambiental no Maranhão. A pesquisa desenvolvida no local é de extrema importância para a continuação de várias espécies”, afirmou o diretor da unidade Merck no Maranhão, Renato Senna.

Fonte: O Estado do Maranhão