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terça-feira, 3 de julho de 2007

Filhote de Puma é capturado.

Lindo filhote de Puma é capturado na Serra de Santa Catarina:

Foto: Guto Kurten - DC.

Felino foi levado para Painel, na Serra Catarinense, por biólogos
PABLO GOMES-DC/ Painel SC

Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e biólogos do Projeto Puma procuram novo lar para um filhote de leão baio, capturado domingo, na Serra Catarinense. O felino, macho, tem três meses de vida, pesa cinco quilos, e vai permanecer no mínimo um ano e meio sob cuidados até poder voltar à natureza.
O animal foi capturado numa fazenda na localidade de Raposo, em Lages. Ele estava sozinho, perto de uma casa, foi perseguido por um cachorro e precisou refugiar-se em uma árvore. Depois, foi laçado pelo fazendeiro, que acionou a Polícia Ambiental. O felino foi encaminhado ao Centro de Ciências Agroveterinárias da Udesc, onde foi examinado. Ele está um pouco magro, pois deveria estar há alguns dias sem comer, mas aparentemente está saudável. O diagnóstico final sobre o seu estado de saúde pode demorar meses. Ontem, o animal foi levado à Base Avançada de Pesquisa do Ibama, no município de Painel, onde ficou em uma gaiola, trancada em uma sala, alimentando-se de carne, leite e ração para gatos. Ainda hoje, deve ser remanejado para um pequeno viveiro. Em uma semana, no máximo, a intenção é terminar a construção de um cercado, coberto, com 16 metros quadrados, em meio à mata nativa existente na unidade do Ibama. Com o passar dos meses, patrocinadores serão procurados para possibilitar a adequação do espaço, a fim de oferecer ao felino um hábitat mais natural. O biólogo Marcelo Mazzolli, do Projeto Puma, disse que os filhotes de leão baio recebem, da mãe, treinamento de caça, conhecimento de território e prevenção a perigos. Um animal da espécie consegue viver sozinho apenas a partir de um ano e oito meses de vida. Marcelo defende a permanência do felino na base do Ibama, onde receberá tratamento necessário. Num zoológico, acredita ele, não há estrutura adequada para um leão baio.

Pegadas já foram vistas diversas vezes na RPPN Rio das Lontras.
Aqui foto tirada em Angelina mostra tronco arranhado por um Puma para demarcação de território. Fotos: Hamilton Vieira.


CARACTERÍSTICAS DO PUMA
• O puma é o segundo maior carnívoro das Américas, menor apenas que a onça-pintada
• Encontrado entre o sul do Chile e o norte do Canadá, é bastante adaptável
• No Brasil, é conhecido também por leão baio, onça-parda e suçuarana. Em Santa Catarina, está mais presente no Planalto Serrano (aproximadamente 100 exemplares), onde a ocupação humana é menor. No Litoral não é mais encontrado
• Muito semelhante ao leopardo, pesa geralmente entre 30 e 60 quilos, tem 1,1 metro de comprimento corporal e 60 centímetros de cauda. Um único exemplar corre um raio de até 40 mil hectares (67 mil campos de futebol) e chega a comer mais de uma tonelada de carne por ano. Suas presas são animais silvestres. Os ataques a humanos são raros
• Populações de pumas têm se estabilizado ou crescido em algumas regiões da América do Norte, mas podem estar em queda em áreas da América Latina devido à crescente ocupação e aos desmatamentos desenfreados. Somente na região amazônica, são desmatados entre 20 mil e 30 mil quilômetros quadrados por ano
Fonte: Biólogo Marcelo Mazzolli, do Projeto Puma

Biólogo sugere um ressarcimento
Na Serra Catarinense, fazendeiros sofrem prejuízos com os ataques de pumas a rebanhos e alguns deles, a fim de evitar mais perdas, decidem matar os felinos quando os encontram em suas propriedades.O biólogo Marcelo Mazzolli pesquisa a ação de animais desde 1988, quando iniciaram os ataques na Serra Catarinense e ninguém sabia o que era. Para ele, é preciso chamar a atenção para dois fatores principais: os prejuízos dos criadores e os seus esforços para combater sem matar o predador. Cães treinados junto aos rebanhos são bastante úteis. Para isso, o biólogo sugere fundo de ressarcimento aos produtores que assim procederem. A necessidade de preservar o puma, segundo Marcelo, se dá por vários motivos. O principal é que a extinção provocaria o aumento de pragas, roedores e desvalorizaria ainda mais o produto pecuário, causando efeitos negativos no tradicionalismo da região e, conseqüentemente, no turismo rural.