Um fruto estranho encontrado no meio da mata. Exótico, causou enorme curiosidade entre nós.
Dois apêndices e pequenos espinhos em seu corpo. Fomos pesquisar.
Algumas consultas a especialistas e alguns e-mails depois...
...e o competente botânico Harri Lorenzi desvendou o enigma: Trata-se de uma Ibicella lutea, considerada uma "planta carnívora não típica" (Veja mais informações abaixo).
Lorenzii é catarinense, Engenheiro Florestal, pesquisador e autor, entre outras obras, do belo livro "Árvores Brasileiras", uma ótima fonte de identificação da flora e uma ferramente importante para proprietários de RPPN e amantes de árvores. Ele também é consultor do programa "Um Pé de Quê?", com Regina Casé.
IBICELLA (Martyniaceae)
Tanto o gênero Ibicella quanto Proboscidea contêm espécies cujas plantas são totalmente cobertas por milhões de pêlos glandulares colantes. Montes de insetos diminutos são aprisionados nas folhas da I. lutea.
Mesmo assim, é quase certo que nenhum dos membros desta família digere suas presas por meio de enzimas digestivas, ou seja, seus pêlos glandulares são utilizados para proteção ou outros propósitos não-carnívoros.
Essas plantas herbáceas são de aparência normal. Indivíduos de maior tamanho bem lembram pequenas abóboras.
A característica que mais impressiona nessa família são seus frutos: possuem dois longos apêndices nas pontas que mais parecem "garras", provavelmente destinados a se prender em animais, e assim, serem transportadas para longe, espalhando as sementes.
CULTIVO
As espécies da família Martyniaceae podem ser cultivadas em solo normal, ao invés do solo desprovido de nutrientes que é típico entre as plantas carnívoras. Deve-se manter o solo de meio úmido a seco. As plantas devem ser cultivadas sob luz solar direta.
Fonte: USP - Imagens: web - Fotos: Arquivo pessoal.